Remodelação do parque - Sanxingdui, localizada a 40 quilômetros ao norte de Chengdu, às margens do rio Yazi e a oeste da cidade de Guanghan, China, abriga uma civilização que remonta a 4.800 anos. Através de escavações arqueológicas, foram descobertos dezenas de milhares de relíquias culturais. Sanxingdui ocupa uma posição global significativa no campo da cultura de bronze e é reconhecida como o "berço da civilização do rio Yangtze". Em novembro de 2019, a exploração e escavação de Sanxingdui foram retomadas, levando à descoberta de várias relíquias culturais à nível de tesouro nacional dentro das seis novas galerias de artefatos encontradas. Essa descoberta grandiosa surpreendeu o mundo novamente, significando uma nova era na arqueologia da região.
O atual parque do museu foi concluído e inaugurado em 1997, abrangendo uma área de aproximadamente 35,3 hectares. No entanto, a área total combinada dos antigos museus nº 1 e nº 2 é de apenas 11.000 metros quadrados, o que é insuficiente para acomodar a exposição de novas relíquias culturais e o aumento do número de visitantes. Para resolver isso, o novo museu e centro de visitantes abrangerão uma área total de 54.400 metros quadrados. O novo museu será o principal local para exposições e orientação turística sobre relíquias culturais. Os antigos museus serão transformados futuramente em salas digitais e centros de pesquisa e educação.
O novo museu não é um projeto isolado; em vez disso, ele se concentra em reorganizar as funções e a circulação de todo o parque. Atualmente, o parque possui dois eixos que foram formados em diferentes épocas, fazendo com que os edifícios existentes estejam relativamente dispersos. O projeto visa recriar a rota dos visitantes, estabelecendo um circuito de visitação no sentido anti-horário que começa na nova praça de entrada, conectando o novo museu, o antigo Museu nº 2, o altar, o centro de preservação cultural e o antigo Museu nº 1, reintegrando efetivamente o parque como um todo coeso. A renovação também inclui a transformação do antigo centro de visitantes e o estacionamento original. Além disso, um pórtico de entrada foi adicionado para fornecer aos turistas uma recepção calorosa. Outros projetos de atualização foram implementados, como banheiros para visitantes, tubulações subterrâneas e canais anti-inundação estabelecendo uma base sólida para as décadas futuras de operação do parque e do museu.
Três colinas no local - No momento da abertura do primeiro museu, mudas foram plantadas em todo o local ao longo do rio. Nos últimos 30 anos, essas mudas cresceram em uma densa floresta composta por árvores imponentes cercadas por sistemas de água. O local do novo museu está situado ao norte do eixo central do parque, com 400 metros de comprimento, próximo ao rio. A paisagem é magnífica, diferente da paisagem rural comum no oeste de Sichuan. A ampla superfície do rio Yazi é acompanhada por longos diques e bancos de areia, com vistas distantes de montanhas cobertas de neve. Em um local de grande escala como esse, o volume é concebido como uma paisagem elevada - três colinas ondulantes. Como uma resposta no sentido topográfico e também ao contexto do local, os três montes em forma de ruínas remanescentes do antigo Reino de Shu e o terraço em forma de lua crescente formam uma paisagem semelhante a "três estrelas com a lua", dando origem ao nome "Sanxingdui".
A superfície geométrica da edificação é derivada do antigo museu nº 2. Como limitante de altura do parque no final do eixo central, o antigo museu nº 2 é um famoso marco histórico de Sanxingdui e uma obra representativa do Sr. Zheng Guoying, um arquiteto sênior. O projeto estende a clássica parede exterior em espiral do antigo edifício para fora, servindo como a curva guia para moldar a forma e o espaço das três colinas. Seu telhado é coberto com solo inclinado, descendo gradualmente em direção à margem norte do rio e se fundindo perfeitamente com o dique do rio. O projeto também ecoa a forma de declive do antigo museu nº 1, localizado no lado oposto do eixo central do parque.
A forma contínua também traz um plano compacto. Ao implementar uma estratégia de integração, a planta original, que separa o novo museu e o centro de visitantes, é transformada em uma entidade unificada. Ao longo da circulação turística, o centro de visitantes, a área de exposição pública e a área de armazenamento logístico são organizados sequencialmente de leste a oeste. As três unidades são organizadas de maior para menor, de alto a baixo. Além disso, elas são rotacionadas 26 graus na direção sudoeste, de frente para as relíquias de Sanxingdui. Essa disposição estabelece um diálogo espacial e temporal entre o novo museu e as "relíquias históricas".
Olhos da edificação - Os olhos expressivos da máscara de bronze se tornaram famosos como a relíquia cultural mais icônica de Sanxingdui. Esses "olhos" também servem como conceito para o projeto, atuando como uma janela para o diálogo entre o mundo interno e as ruínas externas. A parede externa fechada cria um espaço interior semelhante a uma caverna, com uma abertura estreita medindo apenas 3 metros acima do solo e se estendendo ao longo de um trecho de 300 metros. Os visitantes entram na área de recepção através da abertura e iniciam uma jornada de exploração do segredo. Os enormes olhos adornando a parede externa do monte infundem a fachada com expressão vívida, ao mesmo tempo em que servem como aberturas para a entrada de luz natural no espaço interno. Essa iluminação lateral lança um feixe que transita da luz para a escuridão, retratando habilmente a profundidade do espaço e cultivando uma atmosfera misteriosa e sombria. Por esse motivo, todos os sistemas de iluminação fixados no teto foram eliminados no salão público, exceto as faixas da parede no encontro com a laje superior. Sendo assim, a luz natural assume o papel de protagonista único dentro deste espaço.
O interior de cada "olho" corresponde a um nó significativo de um espaço público. A “espiral espaço-tempo” no átrio é o ponto central da circulação do museu. A rampa de 360 graus conecta os andares principais acima e abaixo do solo do novo edifício, estabelecendo um espaço espiritual vertical. No antigo museu Sanxingdui nº 2, o icônico átrio circular voltado para o céu simboliza o "Olho do Céu", representando a reverência aos céus. O novo edifício cria um "Olho da Terra" que gira em direção ao centro do planeta, refletindo a busca por conexões terrenas. A rampa em espiral desce e finalmente atinge o ponto mais baixo do edifício - um poço circular localizado 10 metros abaixo do solo. Na parte mais profunda do poço, três feixes de projeção em laser saem da abertura circular, projetando imagens da evolução da civilização Sanxingdui no teto posicionado 30 metros acima, como se a luz da civilização antiga permeasse o tempo.
Os “Olhos do Céu” e os “Olhos da Terra” são as interpretações da relação entre “Céu e Terra”, e são também ferramentas de diálogo entre si – céu e terra, ligando o novo e o antigo museu, ao mesmo tempo em que conecta os reinos do céu, da terra, dos mortais e dos deuses.
Outro nó significativo é o teatro aberto localizado no bloco lateral do segundo andar, posicionado em direção ao antigo museu nº 2 e à área de ruínas. Este teatro apresenta degraus rebaixados no espaço público, proporcionando uma área versátil para atividades temporárias como performances, palestras e exposições. É o espaço mais vibrante e dinâmico do museu. Olhando pelos enormes “olhos” na parede externa do teatro, o antigo museu nº 2 e a densa floresta aparecem, e o diálogo entre as novas e antigas salas é estabelecido através do desenho da cena emoldurada.
Os materiais exteriores do novo edifício apostam na singularidade e na especialidade, destacando-se a utilização do granito “amarelo crisântemo”, que simboliza a cor da terra. A espessura das lajes de pedra é de até 8 cm e sua superfície é cinzelada à mão, com textura áspera e pesada. O vidro com baixo teor de ferro é instalado na posição dos olhos, coberto por uma peça externa de bronze. Este brise solar é feito com placas de latão usando um processo especial de oxidação, simulando a textura verde e manchada das relíquias culturais escavadas. Este desenho implica a ligação com a civilização do bronze de Sanxingdui e sua identidade distinta.
Narrativa da Exposição - O novo museu é composto por 2 níveis acima do solo, com quatro salas de exposições permanentes em cada um. Além disso, duas salas subterrâneas de exposições temporárias têm uma área total de 20.000 metros quadrados. O vão da sala de exposição sem colunas é entre 15 e 30 metros, enquanto a altura do andar varia de 7 a 12 metros. A cobertura adota uma estrutura de grade metálica e as tubulações dos equipamentos são estrategicamente posicionadas dentro dos espaços para criar um alto grau de integração entre equipamentos e estruturas.
A circulação de exposições do Museu Sanxingdui difere da dos museus em geral. É uma sequência contínua organizada segundo a lógica da narrativa arqueológica. As grandes salas de exposição estão perfeitamente conectadas para conseguir isso, criando uma narrativa cativante e envolvente, semelhante a um filme. O design da sala de exposições do novo museu adota um desenho em série, considerando o potencial para aberturas de portas paralelas. Esta abordagem garante a máxima flexibilidade para exposições.
A partir do hall, os visitantes podem explorar continuamente todas as salas de exposição de acordo com a “circulação de mão única”. Alternativamente, eles têm a opção de explorar o espaço de forma independente com lojas criativas, teatros abertos, corredores de descanso e outras instalações estrategicamente localizadas ao longo do percurso turístico. O museu também tem uma “cena bônus” especial - a sala de exposição de relíquias culturais no segundo andar de frente para o rio. Dentro desta área, três espaços de descanso são cuidadosamente projetados. Através de grandes janelas panorâmicas, os visitantes podem se maravilhar com a paisagem pitoresca do rio enquanto mergulham na rica história e nos tesouros culturais. Essa experiência permite que eles transcendam o tempo sem esforço, atravessando milhares de anos em um momento fugaz.
