Descrição enviada pela equipe de projeto. Dois anos depois de sua inauguração, o Restaurante Salu precisou ser ampliado para atender a uma demanda crescente e reduzir as filas que se formavam na calçada. A anexação do imóvel vizinho, onde funcionava um antigo estacionamento, trouxe 60 lugares adicionais, mais do que dobrando a capacidade de atendimento do restaurante. O projeto do novo espaço, batizado de Galpão Salu, assumiu uma identidade visual própria e desconectada do antigo salão. Essa decisão foi o ponto de partida para uma obra rápida e econômica, pois o visual rústico proposto reduziria o tamanho da intervenção na medida em que toda a estrutura do imóvel seria preservada.
Tirou-se proveito do pé-direito alto e da iluminação zenital para criar uma atmosfera arejada e descontraída, que remete a uma grande praça aberta. No centro do ambiente, o banco amorfo revestido com pastilhas laranjas é o ponto focal do projeto e um ícone do restaurante. As mesas situadas nessa ilha central ficam sob as palmeiras, cujas copas passam dos 3,5 metros de altura. Conectar os dois galpões sem interferir no layout da cozinha industrial existente foi o principal desafio do projeto, pois qualquer alteração nessa área acarretaria custos elevados de obra. A solução foi fechar permanentemente a ligação entre o novo espaço e a rua e abrir duas passagens internas. A maior delas, para clientes, foi aberta no fundo do imóvel, conectando os dois salões através de um café central, que atende ambos os espaços e estabelece uma conexão visual entre eles. Já a menor passagem, para trânsito operacional, ampliou a área do delivery, preservando a disposição original da cozinha e permitindo que ela seguisse funcionando normalmente mesmo durante a obra.
Algumas medidas sustentáveis foram adotadas no projeto de expansão, principalmente com relação ao reaproveitamento de materiais, como o piso que foi restaurado para não precisar ser trocado e as cerâmicas brancas que revestem as paredes, que eram sobras de obra do vizinho. Outro exemplo são os destroços gerados nas demolições, que foram reaproveitados na construção do banco central, evitando o transporte e o descarte de entulho. Por fim, o mobiliário, intencionalmente colorido e disparatado, é em sua maior parte garimpado em leilões de usados, reduzindo os custos de aquisição e transmitindo um ar divertido e despojado.