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Arquitetos: Estudio Hidalgo
- Área: 1988 m²
- Ano: 2023
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Fotografias:Cesar Bejar
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Fabricantes: Cemex, Comex
Descrição enviada pela equipe de projeto. O projeto para o Edifício XX de Noviembre é uma proposta arquitetônica que busca dialogar com as características gerais do centro da cidade de Guadalajara, México, e - a nível mais particular - com a tradição do bairro de Analco, a partir de uma posição contemporânea. O local permite que o edifício testemunhe um monumental diálogo entre épocas manifestadas com vocabulários que vão desde a pedra e o tijolo até o aço e o concreto armado. Apenas a uma quadra da Calzada Independencia, essa região é parte de um jogo de tensão entre seus dois lados, além de se relacionar com a vibração gerada pela praça dos Dois Templos, o Mercado Libertad e a Paróquia de San José de Analco.
Não fica oculta a natureza complexa do ambiente aos olhos de um observador. As tensões urbanas que contrastam a tradição com o moderno ao longo de várias décadas tornam visível uma trama social, cultural e histórica desafiadora para a percepção. Em termos de partido, a abordagem arquitetônica utiliza gestos simples para fazer parte da conversa do seu contexto. O conjunto é organizado a partir de quatro volumes de diferentes alturas dispostos ao redor de um pátio central.
O primeiro dos volumes cobre toda a largura do terreno e se integra à rua com um gabarito familiar aos seus vizinhos. Ele nos recebe com uma fachada que apenas no térreo é revestida com reboco natural. Essa decisão estabelece uma escala humana, mas estende o edifício ao uso dos pedestres no espaço público. A mudança de material em suas paredes enfatiza seu caráter clássico como base e dá ritmo às janelas dos dois pavimentos superiores.
O acesso é demarcado dentro desse embasamento e se apresenta como um portal. Sua inclusão como gesto desempenha um papel importante na preservação da tradição arquitetônica dos bairros. Uma vez ultrapassado esse limiar, chega-se ao pátio central, em cada um de seus lados estão dois edifícios geminados, cada um com quatro andares. Sua simetria articula a possibilidade de perceber o pátio central como um claustro doméstico cuja vegetação aumenta sua natureza vibrante enquanto coração regente do conjunto.
No fundo do terreno encontra-se o volume mais alto, com cinco andares, que abrange a largura da propriedade, da mesma maneira que o primeiro. Sua altura permite que ele participe do horizonte urbano da Calzada Independencia sem renunciar à sua escala doméstica. O volume olha atentamente para a praça dos Dois Templos e pode ser visto através da Rua Prisciliano Sánchez. Os quatro volumes são conectados por passarelas que dançam ao redor do pátio central na poética de uma obra de Escher. Eles abrigam a mobilidade doméstica, ou seja, dão lugar à vida pública dentro do conjunto, uma vez que o ambiente predominante em seu interior é residencial.
A variação das alturas se deve a um escalonamento gradual do exterior para o interior do terreno, o que torna mais humano o impacto da densidade do conjunto à medida que se aproxima da rua. Todos os telhados desempenham o papel de terraços para convivência pública e abrigam uma cozinha, banheiros e área de lavanderia. Com isso, os volumes são coroados com um espaço democrático, o capitel de cada volume é um lugar para encontros coletivos.