-
Arquitetos: Marcos Bertoldi Arquitetos
- Área: 1275 m²
- Ano: 2022
-
Fotografias:Eduardo Macarios
-
Fabricantes: Alubauen, Ciliart, Deca, Easyfix, Elight, Espaço Interativo, Kohler, Schüco
Descrição enviada pela equipe de projeto. O terreno trapezoidal com forte declividade e duas frentes conta com 1.116 m² de área. Situado em condomínio fechado no bairro da Vista Alegre, em Curitiba, local de uma antiga pedreira desativada. Possui superfície rochosa em toda a sua extensão, impossibilitando qualquer escavação ou movimentação do solo.
Para terrenos com duas testadas em ruas opostas, a legislação municipal sugere que se trace uma linha imaginária no centro do lote e que cada metade de terreno tenha uma cota de térreo associada à sua respectiva rua, gerando alturas finais diferentes em cada metade do projeto.
A vista frontal para o Parque Tingui se impunha de qualquer ponto da área. O programa para a residência de 1.275 m², de proporções superlativas, foi então disposto em seis pavimentos. Os dois primeiros são envelopados pelo jardim vertical e iluminados zenitalmente. Os principais usos destes pavimentos são espaços para festas e academia. Seguem-se a estes dois outros pavimentos com os maiores envidraçamentos da casa, contendo pés-direitos duplos e as principais áreas sociais do projeto. Nas suas porções revestidas em pedra moledo as áreas de serviço e garagens. O quarto pavimento é uma caixa em concreto aparente, contornado por muxarabis em madeira em 3 faces e apoiado nas alvenarias de pedra do pavimento inferior. Inteiramente dedicado aos quartos. O ático aterraçado, em chapa preta perfurada, contém entre outros usos os escritórios e o home-cinema. O volume de formato trapezoidal, moldado pela linha imaginária central, é definido pela legislação da rua superior, diferente dos critérios normativos da rua inferior ao lote, que obrigou um pavimento a menos na outra metade do projeto.
Toda a casa beneficia-se da vista para o parque urbano e seu lago, com o do pôr do sol atrás das colinas cobertas por vegetação nativa. O jardim vertical ancora a casa ao solo. A opção por técnicas e materialidades diversas em cada pavimento, num empilhamento de blocos prismáticos, recupera a horizontalidade da volumetria ao suavizar e evitar uma excessiva verticalização da casa, de resto já imposta pelo extenso programa exigido para esta moradia.
Internamente os espaços são comunicantes e fluem horizontal e verticalmente, explorando percursos e visuais através de um jogo de escadas, pés-direitos duplos e triplos, passarelas e vazios, dispostos de maneira dinâmica e não convencional.
A área externa ajardinada da piscina, implantada sobre o jardim vertical, surge sobre laje. Situada no terceiro piso da casa se vale da cota alta com vistas para o parque. A piscina com borda infinita recebeu um fundo de vidro que balança parcialmente sobre os jardins verticais e o próprio terreno, além de uma segunda linha de envidraçamento para iluminação do salão de festas e outras áreas dos pavimentos inferiores.