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Arquitetos: LADO Arquitectura e Design
- Área: 330 m²
- Ano: 2023
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Fotografias:Francisco Nogueira
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Fabricantes: BRUMA, Duravit, Ecosteel, Fassa Bortolo, Ogiva Global, THPG, Terracota do Algarve, Viúva Lamego
Descrição enviada pela equipe de projeto. A Aldeia da Pedralva é uma pequeno aglomerado rural do concelho de Vila do Bispo, no extremo ocidental do Algarve. Este conjunto de aproximadamente cinquenta casas, em tempos esteve quase abandonado, passou nos últimos anos por um processo sustentado de recuperação, reabilitando e reconstruindo as edificações com vista ao seu uso para o turismo.
A reabilitação da aldeia, embora uma iniciativa privada, contou com um forte envolvimento das autoridades locais, empenhadas na preservação do património e história do local, e garantindo a manutenção do seu carácter original. A Pedralva mantém hoje a atmosfera rural de outros tempos, preservando a imagem arquitetónica das construções no que diz respeito à escala, desenho e materiais utilizados.
A Casa TFC veio ocupar um dos últimos espaços não edificados do conjunto, um lote de aproximadamente 1000m² na entrada da aldeia. O lote tem frentes viradas para Norte e Nascente, numa disposição confinada entre uma habitação adjacente e a base de uma colina - uma morfologia peculiar caracterizada por taludes e plataformas que o projeto procurou harmonizar.
Os pontos de partida para a intervenção foram a manutenção da escala e da aparência das fachadas viradas para a rua, consonante com a imagem geral da aldeia e, ao mesmo tempo, atender aos objetivos da família dos clientes, que desejava uma casa espaçosa com forte relação entre interior e exterior, e o melhor uso possível da exposição solar.
Ocupando a parte mais a Norte do terreno, a casa tem uma implantação aproximada de 200m² e é definida por três corpos justapostos que procuram articular-se de acordo com a configuração e a morfologia do lote. Essa disposição resulta na criação de um pátio abrigado dentro do terreno, que se assume como uma extensão ao ar livre dos espaços comuns da habitação.
O acesso à casa é feito pela rua a Nascente, através de um alpendre coberto. No piso térreo, a casa apresenta uma ampla área de estar com cozinha integrada, dois quartos, duas casas de banho e um lavabo social. A utilização do sótão, que abriga ainda dois quartos, uma sala e uma casa de banho, permitiu dar resposta ao programa funcional, de acordo com as necessidades da família dos proprietários.
A fachada principal da casa, voltada a Sul, apresenta um amplo espaço envidraçado que se abre completamente, ligando física e visual os espaços interior da sala com o pátio. Este espaço exterior, acolhedor, reservado e protegido dos ventos predominantes, é marcado por um arranjo paisagístico que inclui uma piscina justaposta à casa, numa plataforma elevada numa suave transição para o terreno inclinado e a paisagem natural circundante.
A fachada orientada a Norte, de frente para a estrada municipal, apresenta janelas de dimensões mais contidas (quarto, sala e cozinha), de acordo com a arquitetura tradicional da aldeia, complementadas por portadas exteriores em madeira pintada, para sombreamento e segurança.
A harmonia com a envolvente é evidente não apenas na escala e no design dos volumes, mas também nos materiais e acabamentos, com ênfase nas fachadas exteriores. As paredes são acabadas a cal branca tradicional, e o telhado é revestido com telhas de barro artesanal. O pavimento em betão polido à cor natural estende-se do interior da casa para o exterior e para a área da piscina, conferindo uniformidade e contemporâneidade a todo o conjunto.