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Arquitetos: ARCHITECTS OFFICE
- Área: 210 m²
- Ano: 2022
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Fotografias:Felco
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Fabricantes: Antonio Citterio, Arcangelo Ianelli, Dpot, Isamu Noguchi, Jorge Zalszupin, Paola Muller, Studio Arthur Casas, Sérgio Rodrigues
Descrição enviada pela equipe de projeto. A fim de contemporizar os espaços existentes da Casa Caburi à vida atual dos moradores na capital paulista, o Interior Design da ARCHITECTS OFFICE revela a essência do lar, traduzindo no mobiliário, na paleta de cores, nos itens colecionados e heranças de família, palavras importantes como aconchego, integração e atemporalidade.
A criação se debruçou sobre os ambientes sociais de uma residência ampla e arejada, permeada pela experiência acumulada pelos proprietários ao longo de dez anos vividos na casa, que demonstrou o desejo de torná-la mais funcional e adaptada a um novo momento.
A partir de um desenho simétrico de proporções, a sala de estar foi dividida em duas partes iguais de modo a favorecer a proximidade entre os visitantes e criar uma atmosfera mais intimista. Enquanto o lado direito se volta para o bar concebido sobre um longo aparador retilíneo, o lado esquerdo tem a lareira como foco, com seu desenho retangular e alongado e o uso de material natural, aqui com pedra, dialogando com a linearidade do aparador.
O ponto de partida do projeto foram as duas grandes placas de mármore travertino dispostas nas extremidades da entrada da casa, que foi revestida de um amplo painel de madeira a fim de possibilitar um primeiro plano de cenográfico, diluindo o contorno da porta de acesso. Sobre cada uma das peças de mármore claro, contrasta uma tela em tons fechados de autoria de Arcangelo Ianelli. Penduradas por cabos de aço presos ao teto para preservar o mármore, as obras acentuam o processo de simetrização.
Como divisória central, foram posicionados dois sofás off white, já pertencentes ao acervo dos moradores, que permite a integração fluida do ambiente e o incentivo ao encontro. Voltados para paredes opostas, foram aproximados pelos encostos criando dois fluxos de circulação paralelos. Cada metade assim desenhada recebeu peças de mobiliário idênticas ou equivalentes, dos tapetes à disposição dos móveis, com destaque para dois sofás verdes (Dpot), próximos ao painel de madeira da entrada e voltados para o alpendre que se conecta com o jardim. Já os tapetes, concebidos por Paola Muller especialmente para a criação assinada, evidenciam o efeito de espelhamento.
Objetos antigos e prataria, entre itens colecionados e heranças de família, foram dispostos num layout mais arrojado, convivendo com peças contemporâneas. É o caso das mesas de centro Amorfa, do Studio Arthur Casas, e das poltronas Febo, de Antonio Citterio. Entre os nomes modernistas, o traço de Jorge Zalszupin se faz presente nas poltronas Paulistana e ZC1, enquanto o de Sérgio Rodrigues é representado por um de seus bancos. A luminária de papel Akari UF4 33N, de Isamu Noguchi, é outro item relevante para o resultado final. Uma simbiose de estilos, em uma linguagem híbrida em que o design moderno e contemporâneo se encontram com peças de outras épocas.
A harmonia artística da Casa Caburi se faz valer de tonalidades que orbitam entre o creme e o marrom e entre as texturas que vão da pedra à madeira e aos estofados, remetendo a uma reflexão sobre os significados e atributos do que é igual ou oposto, próximo ou distante, continuidade ou contraste compondo uma poética do habitar em arte.