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Arquitetos: RAG arquitectos
- Área: 505 m²
- Ano: 2022
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Fotografias:Paco Álvarez
Descrição enviada pela equipe de projeto. O projeto surge do diálogo com nossos clientes e sua busca por um espaço espiritual e de refúgio, um conceito mais amplo de casa. As formas, ambientes e atmosferas respondem a conceitos de relaxamento, paz, silêncio, meditação e tranquilidade.
O projeto se divide em seis volumes separados com dois objetivos principais, o primeiro com a intenção de habitar a natureza e utilizá-la como filtro de privacidade entre eles. As separações aumentam dependendo do programa que contêm, a biblioteca, a sala, a cozinha e, por fim, os quartos.
O deslocamento dos volumes cria praças, pátios e espaços de transição, descanso ou convivência, tradicionais da cultura pré-hispânica. O segundo objetivo foi utilizar a topografia e considerar a orientação para proporcionar vistas específicas ao uso de cada espaço e para que cada núcleo tenha a oportunidade de oferecer vistas em mais de dois lados. Por sua vez, essas separações foram resultado da preservação da vegetação existente.
O núcleo da casa é composto por três volumes próximos entre si que contêm a cozinha, a sala e a biblioteca com dois níveis novos devido à sua proximidade com o rio e a topografia do terreno, gerando abaixo deles uma área flexível de bar/quarto, e acima deles o mirante que, devido ao desnível, consegue ultrapassar as copas das árvores para possibilitar o desfrute da paisagem. Os quartos se separam desse núcleo central, dessa forma, a natureza e as trilhas chegam até eles. Isso permite gerar atmosferas de relaxamento e refúgio, cuidando da privacidade e sempre despertando curiosidade. Cada quarto possui banheiro e terraço.
A materialidade conecta-se ao local com a utilização de materiais brutos e naturais, como terra compactada (extraída da região) e madeira. A iluminação, natural e artificial, funciona de forma zenital, criando atmosferas de presença e monumentalidade. Ao percorrer o conjunto é possível experimentar momentos claros-escuros nos quais a luz e os reflexos permitem que o habitante se relacione com o entorno e se situe no espaço construído.
O deslocamento e a orientação dos diferentes volumes permitem que o projeto seja naturalmente ventilado. Já no inverno, a lareira permite que os ambientes se mantenham aquecidos. Isso reduz o consumo de energia com o funcionamento por meio de painéis solares e baterias.
Ao utilizar esses elementos e gestos, como dividir, esconder, descobrir, ou os momentos de luz natural, o material bruto e as vistas, cria-se um espaço de contemplação, de introspecção, descanso, de curiosidade. O resultado é um tipo de templo, algo que acreditamos ser sinônimo de lar.