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Arquitetos: Práctica Arquitectura
- Área: 160 m²
- Ano: 2022
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Fotografias:César Béjar, Apertura Arquitectónica, Dove Dope
Descrição enviada pela equipe de projeto. Trezentos e sessenta graus de vistas para morros, montanhas e colinas conectam o usuário ao horizonte no terraço da cobertura desta casa. Seu interior é diferente, com atmosferas robustas avermelhadas, pátios e espaços ajardinados que convidam a uma vida tranquila, mais íntima e desconectada.
Ederlezi é o nome da celebração que marca o início da primavera nos Bálcãs e na Turquia. Uma quebra com o cinza do inverno que se manifesta com música, danças e flores. Os contrastes entre o verde da vegetação com os tons vermelhos da massa das paredes, o tezontle dos jardins e as portas buscam perpetuar a calor e movimento daquele momento do ano e emular recordações de paisagens desérticas e mediterrâneas presentes nas conversas com os clientes durante o processo de projeto.
A partir da particularidade de sua volumetria e dos mistérios e surpresas que definem seus percursos, constrói-se a personalidade da casa profundamente semelhante, mas diferente de seu contexto, combinando elementos clássicos da arquitetura do noroeste mexicano, como o embasamento e a proporção das aberturas, com elementos contemporâneos mais abstratos.
Implantada em um terreno estreito de cinco metros de largura por vinte metros de profundidade no centro histórico de San Pedro Garza, na região metropolitana de Monterrey, a casa é organizada por uma coluna vertebral de circulações e serviços ao longo de seu limite lateral e um pátio central que divide o programa em dois volumes.
O primeiro, voltado para a rua, contém o hall de entrada, a garagem, o quarto de hóspedes de pé-direito duplo, com um mezanino e um terraço na cobertura. No segundo, localizado parte posterior do terreno, encontra-se a sala, a sala de jantar, a cozinha, um pátio azul que arremata o final do terreno e o dormitório principal, que tem acesso a um terraço ajardinado.
Embora a planta derive de uma sequência racional de quadrados, o corte é mais dinâmico, com degraus, plataformas, sobreposições nas esquadrias e frisos que terminam no zigurate vermelho, que forma uma contenção para a rua e soluciona, na fachada, as restrições vigentes em termos de patrimônio e conservação. Diante dos desafios e oportunidades que a habitação em áreas patrimoniais em cidades em crescimento implica, a Casa Ederlezi concilia noções como a fluidez de um espaço etéreo e aberto, com a privacidade que permite separar a vida das ruas e vizinhanças do que acontece dentro.
O projeto busca desfazer a ideia de rotina a partir da diversidade de experiências que oferece e, ao mesmo tempo, repensar a condição dos terrenos longos e estreitos nesta área como uma tipologia fértil para explorar com volumes que se perfuram, cortam e escavam em um diálogo estereotômico entre a personalidade do usuário, a casa e a montanha.