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Arquitetos: Erbalunga estudio
- Área: 285 m²
- Ano: 2023
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Fotografias:Iván Casal Nieto
Descrição enviada pela equipe de projeto. Esta edificação está localizada em um bairro de Toledo, Espanha. Um lugar caracterizado por suas poucas precipitações, baixas temperaturas no inverno e altas no verão. Um local onde a vida social e a vida familiar se separam no limiar de entrada de cada casa, e que ganha especial importância no seu interior. A maioria dos nossos projetos são desenvolvidos a partir da busca pela luz. No entanto, quando recebemos este projeto de uma casa com pátio em Toledo, o processo de desenho foi baseado na busca pela sombra, luz filtrada e áreas de penumbra.
A residência é apresentada como um conjunto de construções articuladas em torno de um pátio, de acordo com a disposição tradicional do local. Cada uma dessas construções oferece aos seus habitantes diferentes possibilidades de uso e realização pessoal. O conjunto inclui (residência principal, pátio, espaço com pórtico de acesso, ateliê para artista, módulo de hóspedes, fogão à lenha para comemorações, lavanderia).
Externamente, são preservadas as características da arquitetura vernacular espanhola, paredes espessas, pouco perfuradas, que configuram o limite da rua e criam uma barreira em relação à vida interior. Mas no pátio, essas paredes se transformam em peles muito mais permeáveis, leves, dotadas de grande eficiência e que conseguem entrelaçar referências visuais por meio do vazio e entre os diferentes cômodos.
O pátio é configurado como o epicentro social da residência. Nesse espaço interno descoberto, é possível permanecer ou acessar cada um dos diferentes cômodos. O elemento principal, a residência, atua como um pano de fundo através de uma pele cerâmica permeável, que além de conferir privacidade, também atua como elemento de controle solar, tão importante nessas latitudes. Dessa forma, é possível obter o controle luminoso das residências tradicionais sem perder a conexão com seu espaço exterior privado.
Foram utilizados materiais próprios da região, buscando homogeneizar a paleta de cores. O uso de tijolos em espinha de peixe gera suaves declives que escoam a água da chuva, mas quando estiverem secos, configuram um espaço exterior contínuo com o interior; tijolos cerâmicos "semi manuais" nas novas fachadas dialogam com as antigas; peças cerâmicas em tons ocre nos pisos e paredes internas com texturas são muito mais suaves e fáceis de limpar.