-
Arquitetos: MRTN Architects
- Área: 27 m²
- Ano: 2023
-
Fotografias:Anthony Basheer
Descrição enviada pela equipe de projeto. Os clientes decidiram ampliar a casa, adicionando duas novas áreas: uma para trabalho e outra para lazer. O terreno, típico de um bairro suburbano, tinha um toque mais selvagem, com arbustos em vez de um gramado aparado. Esse projeto se destacou por não seguir as ideias convencionais de "ampliação" de uma casa. Em vez disso, focou em criar dois espaços distintos que atendessem às necessidades específicas de duas pessoas, uma abordagem única.
Foi essencial fazer referência à casa CHI projetada por Robin Boyd, mantendo uma distância criativa para não copiá-la ou adotar diretamente seus elementos. Os estúdios foram cuidadosamente inseridos em um jardim, evitando a sensação de uma extensão da casa. Com uma apreciação compartilhada com os clientes pela arquitetura japonesa tradicional, especialmente as casas de chá, o projeto buscou capturar a função específica dessas estruturas, muitas vezes situadas em um ambiente de jardim. Os arquitetos estabeleceram conexões com a influência japonesa em arquitetos residenciais australianos, como Robin Boyd, destacando uma compreensão mais ampla da arquitetura.
Uma comunicação sutil se desenrola entre a casa, os dois estúdios e o jardim. Referências, tanto percebidas quanto reais, são incorporadas, desde o alinhamento de vistas pelos estúdios até uma árvore de eucalipto já existente, passando pelas técnicas de construção aplicadas nos caixilhos das janelas e nos beirais da casa principal.
Os materiais externos seguem uma paleta restrita, composta apenas por cedro e revestimento estilo shou sugi ban em cinza queimado. Dentro do estúdio não destinado ao trabalho, os arquitetos exploraram elementos tradicionais japoneses, como tatames e telas shoji, adicionando uma camada de autenticidade. O desafio consistiu em projetar dois espaços altamente específicos para duas pessoas, e os clientes participaram ativamente do processo de design, comunicando suas necessidades e confiando na equipe para traduzi-las em um projeto concreto.
Os arquitetos ficaram encantados ao observar como os dois espaços parecem se comunicar entre si, cada um com uma personalidade única e uma escala que desafia uma percepção imediata. A sensação transmitida é como se esses espaços, posicionados no fundo do jardim, estivessem compartilhando segredos. Uma parte talvez não tão evidente nas fotos é o espaço para cozinhar, comer e se reunir, estrategicamente localizado ao redor de uma fogueira nos fundos dos estúdios. Este ambiente especial, criado pela disposição dos estúdios, proporciona uma experiência que lembra um acampamento entre amigos.