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Arquitetos: gonçalobonniz arquitectos
- Área: 500 m²
- Ano: 2021
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Fotografias:Geraldine Bruneel, José Campos
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Fabricantes: CR Cerâmicas, Kebony, OHM, Secil, panoramah!®
Descrição enviada pela equipe de projeto. Projetar a casa Fonte das Perdizes foi um desafio bastante diferente, pois o programa exigia uma casa de linhas simples e contemporâneas, totalmente integrada na paisagem natural agreste do Alentejo.
O local certo para a construção da casa foi naturalmente escolhido, pois era o único que permitia que a casa dominasse a paisagem, tivesse o melhor contacto com a envolvente natural e preservasse as azinheiras existentes. Esta preocupação com as árvores, ajudou a esculpir a forma da casa, e contribuiu para valorizar as suas áreas, tornando-as mais integradas no terreno.
A utilização de cores naturais foi essencial para o desenvolvimento deste projeto, a sua integração cromática foi um fator preponderante para provocar a integração natural da casa na paisagem rural, privilegiando-se a utilização de materiais que se misturassem com cores autóctones, e ao mesmo tempo oferecessem a durabilidade exigida pelo clima rigoroso do Alentejo. A existência de rochas multicoloridas, com pigmentos cinzentos e castanhos, foram as cores chave que orientaram a seleção dos materiais.
Sendo o betão um dos materiais pré-selecionados, apenas tivemos de ajustar a sua cor ao tom pretendido, um cinzento-escuro. Por outro lado, para combinar com a cor castanha, precisávamos de um material mais quente, tendo sido selecionada madeira de Pinho, com tratamento especial para permitir a sua utilização nos interiores e exteriores da casa, resultando numa combinação perfeita entre o betão cinzento-escuro e uma madeira escura e sedosa.
A forma da casa, feita em 3 alas de 45 graus, segue uma orientação Este-Oeste e separa radicalmente o Norte do Sul, com um muro cego de betão com 47 metros de comprimento e 3,50 metros de altura. A entrada principal da casa foi pensada para ser feita através de um pequeno pátio privado, marcado por uma velha azinheira, que serve de charneira e ponto de equilíbrio a todo o projeto.
Ultrapassada esta barreira norte, a casa abre-se amplamente para a paisagem alentejana, onde a sua área social, de 170m2, partilha uma janela de 35 metros de largura, protegida por uma pala de betão com 5 metros, que protege o interior da casa do calor abrasador do verão.
A cozinha, situada na ala central da casa, separa a zona de refeições, no lado nascente, da zona de estar, no lado poente, abrindo-se para um amplo terraço. A parte privada da casa situa-se nas alas laterais, nascente e poente, com acesso por longos corredores iluminados pelas 2 portas de entrada da casa, que conduzem aos quartos.
Os interiores da casa utilizam os mesmos materiais que foram escolhidos para o exterior, minimizando ao máximo a sua variedade e o esquema de cores do projeto. Assim, as paredes, tetos e pavimentos utilizam o mesmo betão aparente cinzento-escuro e todas as carpintarias foram concebidas para manter uma linguagem arquitetónica uniforme ao longo de toda a casa, utilizando a mesma madeira de pinho, nos revestimentos das paredes, portas, armários, cozinha e portadas.