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Arquitetos: Esteras Perrote
- Área: 72 m²
- Ano: 2022
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Fotografias:Juan Cruz Paredes
Descrição enviada pela equipe de projeto. Esta obra está localizada em Villa Rivera Indarte, na cidade de Córdoba, Argentina, às margens do Rio Suquía. Seu entorno é caracterizado pela abundante flora autóctone e exótica que se estende ao longo do terreno.
A encomenda deveria dialogar com algumas preexistências, uma casa do início do século XX, um tanque de época que se ergue verticalmente, uma torre de água a 18 metros de profundidade e um muro de pedra que acompanha os limites.
Uma base que se apoia no chão entrelaçando preexistências e natureza, capaz de mudar com o tempo.
Concebe-se uma estrutura habitável, linear. Conformada por oito módulos de 3 metros de largura por 3 metros de altura por 3 metros de comprimento cada um, de aço, que se estende ao longo do terreno abarcando uma extensão de 24 metros de comprimento sem condicionar o solo.
Um pavilhão que trabalha pelo efêmero, como moldura, e suporte. Onde as diferentes preexistências, assim como sua vegetação existente, buscam se entrelaçar com a funcionalidade arquitetônica, promovendo uma experiência fluida entre o espaço interno e a paisagem externa.
Associação por contraste e reflexo, efêmero, contemporâneo.
O presente se estende como moldura do passado.
Dentro
O projeto contempla um amplo espaço multiuso que se adapta às necessidades mutáveis, às vezes se transforma em dormitório, às vezes em uma grande sala de estar e às vezes em uma espécie de galeria-oficina. Acompanhado por um banheiro segmentado para oferecer conforto e funcionalidade, que, ao mesmo tempo, foi estrategicamente posicionado em relação ao espaço interno e externo para se abrir para ambos os espaços simultaneamente.
Fora
Estende-se um módulo igual, mas vazio, que oferece uma moldura para que a vegetação se aproprie dele. Este módulo de expansão, em forma de plataforma em direção à paisagem, oferece-se como cenário de encontro e desfrute ao ar livre.
Entremeio
Compreendido como necessário para conectar as preexistências, abriga itens do programa como uma tomada de água, um acesso ao tanque, um banheiro de uso externo e, por último, a integração de uma figueira existente que adiciona uma dimensão natural e orgânica ao pavilhão.
A estrutura é materializada principalmente em aço, oferecendo resistência estrutural e permitindo maior esbeltez. O revestimento externo em alumínio se integra de maneira coerente com a modulação e composição da estrutura, criando uma fusão estética e funcional entre os materiais escolhidos.
Estrutura
Sob o conceito de rapidez construtiva, de pré-fabricação, economia e faseamento, optou-se por desenvolver este pavilhão composto por uma estrutura principal de tubos estruturais, seguindo a modulação de comercialização para sua correta otimização.
Linguagem
Para a última camada, a face externa, por questões climáticas, de duração, manutenção, além de questões estéticas e intenções projetuais, opta-se por Alucobond, um painel composto de alumínio, que, com seu acabamento externo anodizado, torna-se um material que muda ao longo do dia, marcando a presença do tempo como fator fundamental na linguagem arquitetônica.
Desta forma, o pavilhão se apresenta de forma diferente dependendo da hora em que é visto. De repente parece branco, opaco, em outras instâncias reflete e se torna um espelho da paisagem, reflete o que há, reflete o verde, reflete o sol.
Piso
Algarrobo reutilizado de uma antiga casa de campo, é processado e usado como revestimento para o interior. Com paredes brancas e subtrações de módulos para se abrir para a paisagem, a madeira acompanha todo o interior proporcionando uma atmosfera acolhedora e um aroma único e particular.
Cobertura
Com cobertura plana que acompanha a leitura da base na paisagem, em uma espécie de homenagem à linha reta, a água de sua pequena superfície é coletada para regar a figueira.
A eficiência estrutural é alcançada através da otimização do arranjo dos elementos modulares, buscando maximizar a esbeltez sem comprometer a estabilidade ou a segurança. A estratégia de envidraçamento e revestimento é pensada para acompanhar a modulação estrutural, garantindo uma relação harmoniosa entre forma e função.
O projeto incorpora considerações sustentáveis tanto na escolha de materiais duráveis e recicláveis quanto na integração com o entorno natural circundante. Medidas foram implementadas para reduzir o impacto ambiental, promovendo a eficiência energética e a coexistência responsável com o ambiente.