Descrição enviada pela equipe de projeto. Um refúgio isolado aninhado em uma vila centenária, integrado à vida cotidiana. Aninhado no coração de uma comunidade mergulhada em rica história e cultura, o local é dominado por residências tradicionais de estilo Anhui pontilhando a paisagem. Essas moradias únicas são uma mistura do antigo e do novo, algumas construídas séculos atrás durante as dinastias Ming e Qing, enquanto outras foram construídas recentemente, refletindo um estilo mais contemporâneo. Como o hotel está no final da vila, é necessário percorrer as estreitas e sinuosas vielas para chegar a essa joia escondida. Durante minha pesquisa inicial do local, enfrentei alguns desafios, como a falta de acesso direto para veículos, terreno irregular e espaço limitado. No entanto, ao conhecer a área, me vi cativado pelos arredores pitorescos - os telhados cinzas, as paredes brancas e as empenas. A fumaça distante da cozinha, os sons de conversas e o aroma da comida criavam uma atmosfera única. Essa experiência me inspirou a deixar de lado minhas ideias preconcebidas e abraçar a beleza inerente do local. Eu imaginei integrar o volume à comunidade, criando um espaço isolado que harmoniza com o entorno, ao mesmo tempo em que oferece um contraste marcante com o ambiente vibrante e a diversificado ao redor.
01. Descobrir ordem a partir de uma condição desordenada - O tecido arquitetônico das vilas tradicionais chinesas é moldado pelo desenvolvimento natural não planejado e influências históricas, resultando em uma condição desordenada, porém vibrante. O local do projeto não é exceção, com um terreno tortuoso e irregular. Inicialmente, o lote compacto apresentava desafios, pois parecia não ter "vista" ou "espaço" para um bloco de construção, com baixas taxas de ocupação. No entanto, após uma cuidadosa consideração, surgiu a ideia de criar um espaço introvertido com um jardim chinês. O objetivo era isolar o volume do ambiente circundante, criando um espaço interior puro e tranquilo dentro de uma estrutura complexa fechada.
Embora a ideia inicial fosse criar um volume moderno em contraste com as estruturas circundantes, a autoridade local exigiu a incorporação de elementos arquitetônicos no estilo Hui para preservar o estilo antigo e as características da Vila Bishan. Em vez de simplesmente replicar um volume tradicional no estilo Hui, que não atende à vida contemporânea, imaginamos uma edificação que herda o núcleo espiritual da arquitetura Hui, integrando elementos arquitetônicos tradicionais com formas e estilos modernos. A estratégia de projeto permaneceu em grande parte inalterada. Com base na funcionalidade, preservamos a árvore centenária e o poço antigo, incorporando pátios em cada bloco de construção e nos espaços entre eles. Essa abordagem não apenas oferecia uma rica experiência visual no interior, mas também facilitava uma transição perfeita entre o interior e o exterior, e uma conexão harmoniosa com a natureza.
02. Experiência visual dinâmica - Em relação a circulação, incorporamos cuidadosamente curvas e transições, procurando oferecer cenas variadas a cada passo, considerando o ritmo do espaço, o fluxo das pessoas e as experiências de visita. À medida que os hóspedes percorrem o espaço, seja seguindo em frente, parando, subindo ou descendo escadas, eles podem encontrar diferentes sentimentos e experiências que respondem ao "espaço", "tempo" e "emoção", permitindo que os hóspedes percebam a diversidade e a riqueza do espaço. Ao contrário do layout convencional, a sala de estar pública e a recepção foram colocadas no centro do volume, que se estendia e irradiava por todo o espaço. A entrada leva a um pátio, depois à parede do hall. Em seguida, os hóspedes precisam passar pela piscina, escadas e pátio interno antes de chegar à área de recepção. A rota foi projetada para que os hóspedes organizem seus pensamentos e ajustem sua mentalidade ao longo do caminho. A passagem curta, mas indefinida, tem como objetivo despertar um senso de novidade, estimular a curiosidade e encorajar a exploração. Entrar em um espaço significativo após passar pelas intricadas ruas do campo provoca uma contemplação especial e uma alegria. A experiência culmina no terraço e na torre de observação, passando de um espaço remoto e profundo para uma visão ampla e repentina. A partir desses pontos de vista, os hóspedes podem contemplar montanhas distantes, observar o pátio interno e olhar para os telhados. Através dessa sequência de dimensões espaciais, campos visuais, distâncias variadas e elementos de design internos e externos, os hóspedes têm uma experiência visual dinâmica.
03. Criar paisagens internas e emprestar paisagens de fora - Nosso objetivo era evitar interferências entre as atividades dentro do volume, o ambiente e o bairro, buscando alcançar harmonia e simbiose entre eles. Para garantir que os hóspedes e os moradores locais ao redor não se incomodem mutuamente, projetamos uma disposição introvertida que isola o volume do mundo exterior. As paredes adjacentes à área residencial vizinha quase não possuem janelas, e pátios internos são utilizados para criar vistas agradáveis e interação com a natureza. Em espaços onde as janelas são necessárias, mas a privacidade é uma preocupação, utilizamos abordagens de deslocamento visual, como janelas altas ou baixas, para manter a privacidade, permitindo ao mesmo tempo a entrada de luz e ventilação. Cada janela foi projetada como uma moldura para introduzir a vegetação exuberante do pátio e das montanhas.
Além disso, nos esforçamos para criar vistas únicas e agradáveis desde cada quarto, permitindo que os hóspedes apreciem as paisagens ao redor estando perto da janela. Ao emprestar paisagens remotas e próximas de ângulos diferentes em momentos apropriados, a abordagem de projeto resulta em uma atmosfera tranquila, elegante e relaxante. Nos esforçamos para criar uma experiência de vida e hospitalidade que vai além da mera funcionalidade, oferecendo um local para experimentar surpresas e diversões. Nos esforçamos também para fornecer um espaço que permita às pessoas encontrar pureza na complexidade, sentir a tradição na contemporaneidade e mergulhar na tranquilidade em meio à agitação, ao mesmo tempo em que experimentam a "incerteza" e a "surpresa" em um reino imutável.
04. Simbiose e renascimento - A árvore de magnólia com 200 anos do local é uma espécie exótica transportada de Xangai por um empresário da vila. O antigo poço existente foi preservado e integrado ao volume com o objetivo de manter memórias do passado enquanto cresce com o local. Em Huangshan, as empenas são ubíquas e simbolizam a arquitetura no estilo Hui. Como arquiteto, não tenho intenção de incorporar elementos históricos em novos edifícios, porque acredito que novos edifícios devem se concentrar na sobreposição de métodos contemporâneos, em vez de replicar práticas passadas. Valorizamos a mistura de modernidade e tradição, conforme a vida e a estética da atualidade. Como resultado, nosso foco está em moldar o espaço alinhado aos hábitos de vida modernos, usando linguagem e forma contemporâneas para conectar e manter o passado, fazendo algumas mudanças para alcançar um estado de simbiose. O objetivo é capturar a essência espiritual e a identidade icônica da edificação harmoniosamente. Levando em consideração sua versatilidade e compatibilidade, usamos tijolos cinza como o principal material de construção para se misturar com as construções tradicionais ao redor, complementados por tijolos de vidro, criando uma sensação visual leve e moderna, eliminando o peso dos tijolos e adicionando uma aparência e sensação diferentes.
05. Fazer histórias acontecerem no espaço - O espaço não só atende às necessidades práticas da vida, mas também promove uma sensação de espiritualidade e relaxamento. A narrativa espacial permite que as histórias aconteçam e potencializa as funções sociais e comunicativas através da cenografia e das atividades das pessoas. O desenho inspirador estimula a interação e a comunicação entre as pessoas, tornando-o mais do que um alojamento para férias. As salas de chá, as livrarias e os restaurantes foram transformados em uma “sala de estar para interação” aberta e flexível. Os hóspedes são incentivados a assistir filmes no espaço público, uma vez que não há TV nos quartos, orientando-os a abraçar as interações sociais. Além disso, comodidades como piscinas, áreas para churrasco, terraços e torres de observação foram projetadas para promover diversas interações sociais. Ao mesmo tempo que enfatizamos os espaços comuns, também reconhecemos a importância de proporcionar espaços para a solidão e a coexistência harmoniosa com outras pessoas. Cada quarto mantém relativa independência e privacidade, e uma estufa isolada na cobertura foi projetada para momentos de tranquilidade. Desta forma, o espaço social público pode crescer tanto para dentro como para cima.
06. Deixar a luz, a sombra e o espaço se entrelaçarem na poesia - A luz desempenha um papel crucial na formação do espaço arquitetônico, criando efeitos visuais através da interação entre claros e escuros. De uma certa perspectiva, a luz é uma espécie de material arquitetônico. Em nossa prática arquitetônica, nos concentramos em introduzir e moldar a luz para enriquecer o espaço com poesia, sentimentos e arte, injetando luz e sombra. Também pretendemos evocar uma sensação de tempo e espaço através das mudanças de luz e sombras. Pátios permanecem parte integrante do nosso projeto, garantindo ampla iluminação interna ao separar estrategicamente os blocos de construção. Utilizamos elementos como paredes de tijolos de vidro, claraboias e grades de diversos formatos para introduzir luz e criar diferentes atmosferas espaciais. A interação dinâmica entre luz e sombra nestes espaços evoca uma sensação de tempo e inspira a contemplação.
