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Arquitetos: Cité Arquitetura
- Área: 2869 m²
- Ano: 2024
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Fotografias:André Nazareth, Dani Leite
Descrição enviada pela equipe de projeto. Rio de Janeiro, 2024 - Localizado nas esquinas das ruas Igarapava e Sambaíba, na parte baixa do Alto Leblon, na cidade do Rio de Janeiro, o Edifício Igara tem projeto arquitetônico da Cité Arquitetura, dos sócios Fernando Costa e Celso Rayol, paisagismo da Embyá e Interiores da Manga Rosa Arquitetura.
O Igara tem inspiração no nome das ruas que o envolvem, consolidando uma relação direta com a vocação do lugar. Foram utilizados na concepção do projeto a etimologia da palavra ‘Igarapava’, um termo de origem tupi que significa “Porto de Canoas”, e o significado de “Sambaíba”, nome dado a um arbusto sarmentoso nativo do cerrado brasileiro. O projeto da Cité partiu desses significados para recriar a ideia da força da árvore. Com seu embasamento enraizado, como um porto seguro íntegro ligado à terra, o edifício busca o céu em ascensão.
As varandas contam com fechamento de vidro retrátil integradas às salas e aos quartos, levando mais luminosidade natural, ventilação e sensação de liberdade, além do melhor aproveitamento dos espaços. A ideia é integrar o lado de dentro com o lado de fora, ao mesmo tempo possibilitando liberdade espacial aos moradores.
O conceito do enraizamento e da ascensão ao céu é evidenciado pelas cores na fachada, que vão dos tons mais terrosos e escuros na parte do embasamento, a tons mais claros e suaves na parte de cima do edifício. Com essa relação, a grande copa da árvore seria o próprio edifício, onde um delicado elemento de gradil transmite a ideia desse fechamento em galhos, que acolhe e protege como um ninho.
Nos primeiros pavimentos, o gradil se manifesta de maneira mais concentrada e fechada, criando uma sensação de solidez e fundamentação. Essa escolha arquitetônica não apenas enaltece a base do edifício, mas também sugere a ideia de enraizamento profundo, fundamentando o conjunto de forma sólida e robusta. À medida que se ascende ao longo da estrutura, uma transformação gradual se desenrola. O gradil, antes denso e compacto, começa a abrir-se, revelando uma progressão fluida em direção aos andares superiores.
Localizado acima das coberturas, o edifício possui um terraço-jardim que se propõe a ser um ambiente de convívio, com espécies de vegetação litorânea, de restinga. Há também uma horta e uma área de contemplação da paisagem do entorno, com uma vista privilegiada para o mar. A vista do alto dialoga com o deslumbramento que sentimos ao alcançar o galho mais alto de uma árvore forte e robusta.