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Arquitetos: Perkins&Will
- Área: 14400 m²
- Ano: 2023
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Fotografias:@Pedro Mascaro
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Fabricantes: Brises
Descrição enviada pela equipe de projeto. O Edifício Waldyr Beira, desenvolvido pela Perkins&Will São Paulo para a Incorporadora e Construtora Pedra Forte, traz uma proposta inovadora para o segmento dos edifícios corporativos. Situado em uma das regiões mais valorizadas da capital paulista, a Avenida Rebouças, o empreendimento de torre única conta com 22 pavimentos corporativos com pé-direito duplo de quase 6 metros de altura. "Trata-se de uma estratégia para ampliar o potencial construtivo verticalmente, mantendo a área de piso, e assim proporcionar uma vista de tirar o fôlego do horizonte arborizado dos Jardins", afirma Douglas Tolaine, Design Principal do estúdio. A paisagem pode ser admirada desde o primeiro andar, posicionado no nível da copa das árvores.
O terreno de 1.711 m2 comporta três subsolos, lobby e lajes duplex de 680 m2 que podem ser divididas em dois conjuntos cada. Como diferencial, elas apresentam vão de 17 metros entre os pilares, contribuindo para a criação dos mais diversos layouts – flexibilidade rara entre os edifícios corporativos. "Quisemos ser arrojados, desenvolvendo o conceito junto à equipe de cálculo estrutural para entregar algo muito diferente do que existe no mercado", explica Marcelo Zanotti, sócio e responsável técnico da Pedra Forte.
Para viabilizar a implantação, foram utilizadas lajes de protensão, que se diferenciam das lajes tradicionais em concreto armado. Enquanto nesse tipo a armadura suporta a carga de forma passiva, na laje protendida a armadura é ativa, com tensões aplicadas previamente nas cordoalhas de modo a aumentar a sua resistência. Isso significa também uma maior espessura de laje, com cerca de 30 cm, que demandou o uso do sistema do tipo mesa voadora para garantir um avanço mais ágil dos ciclos de concretagem. Nesta modalidade, as mesas são montadas no primeiro pavimento de forma fracionada e movimentadas para os andares superiores com o auxílio de grua e treliças de alumínio, o que permite um rápido reposicionamento para as etapas seguintes. Outro ponto importante de se destacar neste corporativo é a questão estrutural, ”Todas as vigas aparentes presentes em 90% das lajes corporativas que resultam numa solução mais limitante para os sistemas de infraestrutura e a ocupação futura foram eliminadas e assim o usuário tem total capacidade e liberdade de usufruir do m3 dos pavimentos de forma racional e sensorial, que é muito diferente do que mercado paulistano oferece.” comenta Douglas Tolaine.
Brises metálicos autorais. O projeto trouxe a demanda por brises de Aluzinc, material composto de alumínio e zinco, que fossem compatíveis com a ampla extensão do pé-direito. "Optamos por desenvolver os elementos dessa composição junto a um parceiro, pois não encontramos no mercado nada que nos atendesse. Foi algo que nunca havíamos feito antes", relembra Zanotti. A equipe de desenvolvimento dedicou-se, inclusive, ao desenho da perfuração, aos itens de fixação e às molas, para garantir o cumprimento das normas de resistência. "Os brises formam uma trama, quase como um tecido, envolvendo o edifício para que ele se destaque por sua identidade única", detalha Cesar Ramos, Senior Project Architect da Perkins&Will. "Eles também emolduram a fachada de vidros claros de alto desempenho e reforçam o convite à contemplação do exterior", completa. Os caixilhos, acompanhados por jardineiras, permitem ainda a abertura dos vidros para ventilação natural.
Quanto aos acabamentos, a opção foi pelo concreto aparente tratado, aplicado tanto nas lajes quanto nos pilares. Neutro e contemporâneo, ele confere protagonismo à vista e demanda manutenção mínima. Terraços técnicos acomodam os sistemas de ar-condicionado VRF e o cabeamento elétrico, diminuindo a interferência visual dos equipamentos. Nos pisos das áreas comuns da torre, optou-se pela ardósia cinza que foi colocada em réguas de formatos irregulares. Um edifício que preza pela simplicidade e o minimalismo das materialidades, reforçando sua identidade única e diferenciada.
Sustentabilidade em harmonia com o entorno. O edifício Waldyr Beira fica ao lado de outro futuro lançamento da incorporadora em parceria com a Perkins&Will, compondo um rico e harmônico conjunto arquitetônico. Duas fachadas ativas – uma voltada para a Avenida Rebouças e outra para o interior do bairro de Pinheiros – agregam serviços em um espaço de 860 m2, oferecendo mais praticidade aos pedestres e frequentadores do edifício.
Ainda no térreo, dando continuidade à conexão entre ambientes internos e externos, o time de arquitetura propôs a criação de uma galeria de arte em que as paredes em madeira receberão exposições artísticas, combinando obras permanentes e temporárias, todas acessíveis à visitação pública. O forro metálico branco e piso em pedra basalto complementam o ambiente expositivo, onde um balcão, de corpo em madeira e base em mármore branco, recepciona os visitantes. A partir dali, 5 torres de elevadores conduzem os usuários aos demais pavimentos.
O edifício Waldyr Beira fica entre as estações Faria Lima e Fradique Coutinho da linha 4-Amarela do metrô, tirando proveito da abrangente estrutura de transporte público que conta ainda com corredores de ônibus e ciclovia. Por conta disso, o edifício dispõe de bicicletário e vestiários completos. Seguindo rigorosos preceitos de sustentabilidade e eficiência energética, há ainda sensores de presença para acionamento luminoso, sistemas de economia e reúso de águas, com restritores de vazão e bacias de duplo acionamento. Parte dos recursos economizados é direcionada à limpeza de áreas comuns e também à manutenção do paisagismo e dos espaços verdes, concentrados na porção lateral e posterior do edifício, em frente à Rua Capitão Prudente. No paisagismo, destacam-se as espécies de vegetação nativa, que requerem cuidados mais brandos e se desenvolvem com maior facilidade em climas brasileiros.