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Arquitetos: RipollTizon
- Área: 299 m²
- Ano: 2023
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Fotografias:José Hevia
Descrição enviada pela equipe de projeto. O terreno que esta casa ocupa é íngreme, tem uma forte inclinação que se eleva a partir da rua e possui vistas impressionantes para o Pla de Mallorca e a Baía de Palma. A norma que regula a região é determinante no que se refere aos volumes, composição de janelas e acabamentos das edificações, que devem ser basicamente constituídas por um corpo principal de planta sensivelmente retangular, volumetria simples e telhado inclinado com telha cerâmica tradicional.
A construção fica na parte alta do terreno, buscando a proximidade de uma área arborizada e evitando a forte inclinação que existe próxima à estrada. Assim, se desenvolve uma residência escalonada, adaptada à topografia e resolvida em diferentes níveis que seguem o perfil natural do terreno com a intenção de estabelecer uma estreita relação com a área externa.
A casa deveria poder ser ocupada de maneira confortável e simultânea por dois núcleos familiares diferentes, já que as estadias de convidados são frequentes e longas. Por conta disso a casa é composta por duas áreas privadas independentes, cada uma delas composta por um quarto principal, um segundo quarto multiuso e um banheiro, além dos espaços comuns habituais.
A planta da casa é quase quadrada. Os espaços de uso privado, de anfitriões e convidados, idênticos em distribuição e tamanho, são dispostos em lados contíguos da planta para garantir a independência necessária. Estes são separados pelos espaços compartilhados, que são organizados ao longo de um eixo diagonal orientado para as vistas, que cruza a planta e culmina na sala de estar.
Além disso, foram introduzidos três pátios na fachada como espaços de transição entre o interior e o exterior. Um dos pátios é coberto por uma estrutura leve onde a vegetação pode se apoiar e crescer, gerando um espaço de sombra vivo, protegido e integrado no envoltório da casa. Cada quarto principal tem acesso direto a um dos pátios, o que gera itinerários alternativos que reforçam a independência desejada para os espaços de uso privado.
Foram utilizadas soluções construtivas tradicionais. A estrutura é resolvida com paredes de carga e lajes unidirecionais ao mesmo tempo em que gera os espaços da casa: estrutura e usos coincidem. A neutralidade externa do volume contrasta com o interior dinâmico. Os diferentes níveis dos pisos que constroem a topografia do interior são acompanhados por um escalonamento nas lajes dos tetos, que são finalizadas com uma cobertura inclinada de telha árabe resolvida com uma única inclinação paralela à do terreno. Dessa forma, gera-se uma câmara de ar ventilada, por onde passarão as instalações. Quanto aos acabamentos, as paredes de carga foram revestidas com argamassa de cal, enquanto as vigas e as lajes foram mantidas aparentes e sem revestimento, caracterizando o espaço interno.
A classificação energética da casa é excelente, o que é possível graças ao uso de materiais e recursos naturais do terreno combinados com instalações eficientes. A construção foi bem orientada e aproveita os ventos predominantes, o que melhora a ventilação natural cruzada. Os pátios foram utilizados como espaços intermediários ajardinados e cobertos com vegetação. As águas pluviais são aproveitadas. O telhado é ventilado e a estrutura, resolvida com paredes de carga cerâmicas, confere ao conjunto uma elevada inércia térmica.
