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Arquitetos: MALVINA ZAYAT estudio de arquitectura
- Área: 106 m²
- Ano: 2021
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Fotografias:Gonzalo Viramonte
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Fabricantes: Aberturas Aluminio Aluar, Adobe, AutoDesk, Chaos Group, FV, Jhonson, Marcelo Castaño, Pisos WPC Industria S.A.S (Wood Plastic Composite), Qutral, Trimble Navigation
Descrição enviada pela equipe de projeto. A "Casa nas Nuvens" está localizada em uma porção de floresta nativa em Salsipuedes, a 30 km da cidade de Córdoba, Argentina. Localizada na porção central do terreno, com sua maior extremidade voltada para o norte, ela surge como um prisma branco, levitando sobre a montanha e se perdendo nas nuvens. O acesso é feito por uma rua de paralelepípedos que chega abaixo da casa. O terreno irregular é utilizado para abrigar uma cisterna e o estacionamento. A jornada dali até o interior é apresentada como uma experiência que começa em contato com a terra e termina no ar.
As pedras do terreno são dispostas formando canteiros e degraus que culminam em uma escada suspensa. A partir dela, o visitante começa a se "deslocar no ar", em direção à galeria norte, onde uma porta de madeira deslizante permite vislumbrar o interior. Quando aberta, a incidência de luz no revestimento de madeira vermelha gera uma experiência espacial cenográfica que culmina no coração do lar: a área social, em total comunhão com as montanhas. A casa é organizada linearmente dentro de um espaço de 18,50 m por 5,50 m, onde uma ilha de serviços, iluminada e ventilada por cima, separa a área social da área privada.
Toda a lateral sul é composta por uma unidade de armazenamento que dá espessura à envoltória e atende às demandas funcionais de cada espaço. Em direção ao norte e oeste, a casa está totalmente aberta, gerando uma expansão das atividades internas relacionadas à galeria. A materialidade do projeto foi definida em conjunto com o estudo do local.
A grande irregularidade do terreno, sua composição, a amplitude térmica, a ausência de água corrente, o tipo de vegetação, sua altura, entre outros aspectos, estabeleceram que a construção fosse majoritariamente seca. No workshop, criou-se um sistema formado por meio de perfis metálicos transferidos em sequência para o local para montagem. Todas as peças chegaram prontas, a estrutura principal, a secundária e, em seguida, os painéis de fechamento horizontal e vertical.
As únicas partes desenvolvidas no local foram as fundações e a laje do mezanino, utilizando um sistema de vigas pré-moldadas. Essa decisão teve a ver com a necessidade de acumular calor na massa da laje quando o sol de inverno entra no espaço interno pelo norte. Um sistema de painéis dobráveis atenua os ventos na galeria e filtra a entrada do sol do oeste no verão, ao mesmo tempo em que garante a segurança do lar quando seus usuários não estão presentes.
Exteriormente, o volume é concebido com uma geometria clara de um único material, que na face norte aparece como um véu para o espaço intermediário (painéis móveis de metal), enquanto em direção ao sul a face é compacta (painéis compostos de chapa de metal branca) com perfurações estratégicas para ventilação cruzada. A cor do volume e sua disposição suspensa estabelecem um diálogo íntimo com o céu e as nuvens no exterior. Por outro lado, os espaços internos têm como objetivo se fundir com o ambiente, explorando o calor da madeira em tetos, paredes, portas e móveis. Todos são resolvidos com o mesmo material, compensado de eucalipto.