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Arquitetos: Estudio Piloti Arquitetura
- Área: 210 m²
- Ano: 2022
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Fotografias:Pedro Kok
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Fabricantes: Ekomposite , Kingspan - ISOESTE, Rothoblass
Descrição enviada pela equipe de projeto. O sítio está localizado a 1250 m de altitude na serra da Mantiqueira no município de Camanducaia, em um terreno com 20.000m², com pendente para a face norte. Essa orientação privilegia a implantação da casa que se abre para as vistas da serra e se fecha para o vento frio do sul.
O projeto nasce da ideia do pátio. O programa da casa se organiza em 3 blocos ao redor do desse pátio de 10x10m: a casa principal, o galpão e a casa de hóspedes com duas unidades. O acesso a cada volume é independente dando flexibilidade às diversas atividades possíveis. O pátio é espaço de encontro, seja nas atividades agrícolas do dia a dia (secar e separar grãos e hortaliças), seja nos momentos de descanso, festejos ou contemplar uma fogueira com o céu estrelado.
A implantação da casa em um nível intermediário do terreno permitiu duas “camadas” de vistas. A mata preservada mais próxima onde se avistam e escutam os animais, e o vale com uma montanha ao fundo onde se percebem as mudanças na paisagem: chuva, vento e sol.
O sistema construtivo pensado buscou a rapidez e valor baixo da construção, além da facilidade de entendimento do projeto pelos construtores locais. As paredes de taipa foram executadas por uma empresa especializada e são apoiadas sobre o baldrame de concreto aparente. Os pisos (exceto o pátio) são de concreto polido sobre placas de isopor para ter isolamento térmico. A cerâmica do piso do pátio buscou resgatar os espaços de secagem de café das fazendas históricas.
Ao longo do dia a temperatura varia muito, os dias são quentes e as noites frias mesmo no verão. Exceto no galpão, o sistema construtivo adotado buscou o isolamento e inércia térmica. Para as casas principal e de hóspedes, a cobertura de telhas metálicas com isolamento se apoiam em estrutura de madeira laminada colada e paredes de taipa de pilão de 30cm. Para o galpão, espaço de ferramentas e lavanderia, optou-se pela economia de recursos, utilizando laje painel e estrutura de concreto aparente sobre paredes de alvenaria convencional e fechamento com cobogós de tijolo cerâmico da região.
O sistema de tratamento de esgoto é ecológico, através do uso de bacia de evapotranspiração com bananeiras que evaporam a água depurada por bactérias. A água captada da chuva infiltra no solo novamente para alimentar o lençol freático.
Todo o projeto foi pensado em reduzir o impacto na paisagem seja no aproveitamento do solo da terraplanagem para subir as paredes de taipa, seja na escolha da madeira proveniente de reflorestamento. A simplicidade dos materiais, deixados em seu estado bruto, busca essa economia de recursos, além de permitir uma reconexão com a matéria que compõe o espaço.