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Arquitetos: fala
- Ano: 2022
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Fotografias:Matilde Viegas, Francisco Ascensão, Rory Gardiner, Giulietta Margot, fala
Descrição enviada pela equipe de projeto. Uma casa tão grande que deixa de o ser. O armazém, que já tinha sido fábrica de tecidos e oficina de reparação automóvel, foi abordado por um cliente de mente aberta. Talvez o espaço onde viria a habitar pudesse aprender das limitações e qualidades espaciais de usos anteriores.
A estrutura existente divide o projecto em dois momentos. Na frente de rua, um edifício de administração dos anos 50 com estrutura corrente em betão, recebe os quartos de convidados numa desordem de planos e formas. no interior do quarteirão, debaixo da imponente estrutura centenária em madeira de castanho, acontecem os programas sociais.
Em ambos os espaços, cada nova linha em planta e corte, que prometeriam paredes e tectos, tomou formas livres, em conflictos ponderados. Entre os dois momentos, um quadrado é recortado, formando um necessário negativo de luz e jardim, clarificando a separação.
A grande sala recebe cada novo elemento como uma celebração: cozinha, lareira, porta. O contraste entre a expressão forte da madeira e leve do tecido desconstrói a ideia de um tecto e sugere um céu. As paredes originais são pintadas de branco, abstraindo-lhes o peso da materialidade do granito.
Os cinco alçados são pensados como um gangue. Cada um tem um carácter distinto, mas aparentemente semelhante a cada outro. Uma métrica de quadrados negros agarra todos eles e define a figura de cada alçado. Pares recorrentes de janelas, estores de cor azul ou verde, portas amarelas ou momentos em tijolo de vidro procuram sublinhar carismas individuais. O antigo armazém é agora uma casa com muitas caras.