![Expografia para 35ª Bienal de São Paulo | Coreografias do Impossível / vão - Imagem 1 de 56](https://images.adsttc.com/media/images/660d/bc4f/970d/5167/9fe9/530f/newsletter/35a-bienal-de-sao-paulo-coreografias-do-impossivel-vao_5.jpg?1712176325)
![Expografia para 35ª Bienal de São Paulo | Coreografias do Impossível / vão - Fotografia de Interiores](https://images.adsttc.com/media/images/660d/bc41/a555/e965/dac5/11b6/newsletter/35a-bienal-de-sao-paulo-coreografias-do-impossivel-vao_2.jpg?1712176210)
Descrição enviada pela equipe de projeto. Desde o início do processo projetual e expográfico da 35ª Bienal de São Paulo, Coreografias do Impossível, fomos provocados a pensar sobre e através do Pavilhão Ciccillo Matarazzo. Projetado e construído ao longo da década de 50, o edifício é notoriamente conhecido como uma obra de Oscar Niemeyer; no entanto, é preciso dizer, em coautoria com os arquitetos Eduardo Kneese de Mello, Hélio Uchoa e Zenon Lotufo. A arquitetura do Pavilhão, marcada pelo peso simbólico e representativo de uma época, nos desafiou a inscrever temporariamente uma coreografia de percursos e espaços outra, com o propósito de cindir, ou ao menos fissurar, o seu caráter monumental.
![Expografia para 35ª Bienal de São Paulo | Coreografias do Impossível / vão - Imagem 8 de 56](https://images.adsttc.com/media/images/660d/bc47/970d/5167/9fe9/5306/newsletter/35a-bienal-de-sao-paulo-coreografias-do-impossivel-vao_6.jpg?1712176256)
![Expografia para 35ª Bienal de São Paulo | Coreografias do Impossível / vão - Imagem 11 de 56](https://images.adsttc.com/media/images/660d/bc46/970d/5167/9fe9/5304/newsletter/35a-bienal-de-sao-paulo-coreografias-do-impossivel-vao_10.jpg?1712176256)
![Expografia para 35ª Bienal de São Paulo | Coreografias do Impossível / vão - Imagem 40 de 56](https://images.adsttc.com/media/images/660d/b9de/a555/e965/dac5/11ad/newsletter/01-planta-projeto-3.jpg?1712175736)
![Expografia para 35ª Bienal de São Paulo | Coreografias do Impossível / vão - Imagem 4 de 56](https://images.adsttc.com/media/images/660d/bc4f/970d/5167/9fe9/530e/newsletter/35a-bienal-de-sao-paulo-coreografias-do-impossivel-vao_12.jpg?1712176309)
O caminho que nos interessava era o de borrar os limites definidos por tempos históricos e gestos autorais. Para isso precisamos aprender a dançar com o existente; sem reencená-lo, mas também sem sobrepor a ele uma coreografia totalmente autônoma. Deveria ser uma postura projetual que compactuasse e colapsasse com as referências simbólicas e os repertórios estéticos, uma reflexão muito instigada pela leitura do texto curatorial. Decidimos, então, convidar o edifício para uma contradança.
![Expografia para 35ª Bienal de São Paulo | Coreografias do Impossível / vão - Imagem 24 de 56](https://images.adsttc.com/media/images/660d/bc50/a555/e965/dac5/11c5/newsletter/35a-bienal-de-sao-paulo-coreografias-do-impossivel-vao_27.jpg?1712176231)
![Expografia para 35ª Bienal de São Paulo | Coreografias do Impossível / vão - Imagem 23 de 56](https://images.adsttc.com/media/images/660d/bc52/970d/5167/9fe9/5311/newsletter/35a-bienal-de-sao-paulo-coreografias-do-impossivel-vao_26.jpg?1712176324)
No interior do Pavilhão, dois desenhos serpenteados rompem o rigor métrico dos extensos planos ortogonais (250 x 50m) modulados por uma malha de pilares: o mezanino e o vão central. Ambos representam os momentos em que o traço autoral se faz mais presente, e foi na releitura de suas matrizes geométricas que essa proposta se desenvolveu.
![Expografia para 35ª Bienal de São Paulo | Coreografias do Impossível / vão - Imagem 32 de 56](https://images.adsttc.com/media/images/660d/bc51/a555/e965/dac5/11c6/newsletter/35a-bienal-de-sao-paulo-coreografias-do-impossivel-vao_38.jpg?1712176308)
![Expografia para 35ª Bienal de São Paulo | Coreografias do Impossível / vão - Imagem 52 de 56](https://images.adsttc.com/media/images/660d/b9c9/a555/e965/dac5/11a5/newsletter/diagrama-partido-02-15.jpg?1712175602)
![Expografia para 35ª Bienal de São Paulo | Coreografias do Impossível / vão - Imagem 21 de 56](https://images.adsttc.com/media/images/660d/bc40/970d/5167/9fe9/52ff/newsletter/35a-bienal-de-sao-paulo-coreografias-do-impossivel-vao_22.jpg?1712176209)
Após muitas investigações de manipulação e deformação dos desenhos serpenteados chegamos à conformação do que denominamos de Corpo: as construções temporárias que organizam a exposição nos seus dois últimos pavimentos. O Corpo é resultado do escalonamento do vão central em duas vezes e meia, somado ao desenho do mezanino em escala 1:1. Podemos dizer que esse é um desenho que se criou a partir de, e, portanto, não é novo, nem existente.
![Expografia para 35ª Bienal de São Paulo | Coreografias do Impossível / vão - Imagem 56 de 56](https://images.adsttc.com/media/images/660d/b9d5/a555/e965/dac5/11aa/newsletter/diagrama-partido-06-19.jpg?1712175620)
![Expografia para 35ª Bienal de São Paulo | Coreografias do Impossível / vão - Imagem 47 de 56](https://images.adsttc.com/media/images/660d/b9cf/970d/5167/9fe9/52ec/newsletter/08-planta-projeto-10.jpg?1712175716)
Apesar da aparição repetida em dois pavimentos, o Corpo configura duas experiências espaciais completamente distintas, onde a relação entre cheios (salas fechadas) e “vazios” (recintos abertos onde trabalhos convivem) se invertem. Esse contraste sugere um movimento de contração e dilatação do Corpo, ou ainda, de inspiração e expiração.
![Expografia para 35ª Bienal de São Paulo | Coreografias do Impossível / vão - Imagem 36 de 56](https://images.adsttc.com/media/images/660d/bc54/a555/e954/dccf/7b94/newsletter/35a-bienal-de-sao-paulo-coreografias-do-impossivel-vao_46.jpg?1712176230)
![Expografia para 35ª Bienal de São Paulo | Coreografias do Impossível / vão - Imagem 33 de 56](https://images.adsttc.com/media/images/660d/bc45/970d/5167/9fe9/5303/newsletter/35a-bienal-de-sao-paulo-coreografias-do-impossivel-vao_39.jpg?1712176239)
Em um dos pavimentos o Corpo de salas encontra-se em meio à planta, fagocitando o vão central. Essa ação faz com que em um dado momento o vazio entre as lajes do vão apareça envelopado em toda a sua altura, alterando a percepção desse espaço emblemático desde a chegada no primeiro pavimento. A materialidade branca e lisa faz com que essa ação se amalgame ao edifício, causando eventual estranhamento e confundindo a memória entre o que é original e o que é temporário. O mesmo pode vir a acontecer no térreo, onde o espaço livre sob o mezanino foi ocupado por um volume, também branco e amalgamado, que concentra as áreas de serviço.
![Expografia para 35ª Bienal de São Paulo | Coreografias do Impossível / vão - Imagem 18 de 56](https://images.adsttc.com/media/images/660d/bc48/a555/e965/dac5/11bd/newsletter/35a-bienal-de-sao-paulo-coreografias-do-impossivel-vao_18.jpg?1712176226)
![Expografia para 35ª Bienal de São Paulo | Coreografias do Impossível / vão - Imagem 48 de 56](https://images.adsttc.com/media/images/660d/b9cc/a555/e965/dac5/11a7/newsletter/09-corte-projeto-11.jpg?1712175625)
![Expografia para 35ª Bienal de São Paulo | Coreografias do Impossível / vão - Fotografia de Interiores](https://images.adsttc.com/media/images/660d/bc44/970d/5167/9fe9/5302/newsletter/35a-bienal-de-sao-paulo-coreografias-do-impossivel-vao_14.jpg?1712176248)
O projeto se propõe não somente a dançar com o existente, mas também com o disponível, pois 73% dos painéis retos empregados são remanescentes de antigas exposições, chegando a ter até 30 anos de idade. Todo o projeto foi pensado a partir do melhor reaproveitamento do material que veio a definir, inclusive, as alturas desse Corpo.
![Expografia para 35ª Bienal de São Paulo | Coreografias do Impossível / vão - Imagem 16 de 56](https://images.adsttc.com/media/images/660d/bc43/970d/5167/9fe9/5300/medium_jpg/35a-bienal-de-sao-paulo-coreografias-do-impossivel-vao_16.jpg?1712176233)
Durante todo o processo o projeto se ateve também a um arranjo de sequência de movimentos que encadeiam ritmos, alteram velocidades (aceleram, atrasam, pausam) e articulam escalas distintas para além da escala monumental do Pavilhão. A fim de subverter a lógica sequencial e hierárquica do percurso usual (onde os corpos sucessivamente ascendem, batem e voltam os 250 metros de extensão), propusemos uma inversão entre 2º e 3º pavimentos.