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Arquitetos: MNBR Arquitetos
- Área: 250 m²
- Ano: 2021
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Fotografias:Alexandre Disaro
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Fabricantes: Brastemp Gourmand, Caran Concept, Concresteel, Deca, Fenstek, Loja Projeto Terra, Lumini, Ranieri Mármores, reka iluminacao
Descrição enviada pela equipe de projeto. Localizado em um dos icônicos edifícios modernistas do bairro de Higienópolis em São Paulo, o apartamento de 250m² do ano de 1965 foi encontrado praticamente original pelo casal de moradores no ano de 2019, quando nos procuraram para modernizar e transformar o imóvel para a nova fase da vida deles.
Logo no início do projeto o casal trouxe uma queixa sobre a planta original e a sensação dos ambientes serem tortos, isso porque o edifício é curvo e as paredes internas não são paralelas e alinhadas. “Esta questão acabou virando um dos principais partidos do projeto, quando resolvemos assumir esta falta de alinhamentos e criar a partir daí”, explica Ariel Bery, sócio do escritório MNBR ARQUITETOS.
Desenhamos diagonais marcantes em diferentes elementos criando uma nova coerência estética que transformou a sensação nos ambientes, uma harmonia que se revela na falta de alinhamentos e no contraste da materialidade escolhida.
Um dos desejos do casal era integrar a sala e a cozinha, nesta integração destaca-se o forro rebaixado em madeira natural Pau-ferro, um bloco de marcenaria desenhado para organizar os diferentes usos da área social, e que brinca com a sensação de diferentes pés-direitos nesta transição de espaços. A porta pantográfica embutida neste forro foi um outro pedido do casal que queria muito uma “porta de elevadores antigos”, a trouxemos nesta integração permitindo a separação dos ambientes sem perder a ventilação e iluminação cruzadas. A laje nervurada sobre este bloco de marcenaria foi descoberta durante o processo de obra, e logo propusemos mantê-la aparente e trazer uma iluminação para destacá-la.
Para a sala desenhamos um banco em concreto com 8,5m de comprimento que abraça a árvore Yucca que dá nome ao apartamento, plantada em um cilindro de ferro preto embutido no concreto. A parede da televisão recebeu um desenho único com móvel inferior de madeira e prateleiras aéreas em ferro preto que se integram com o pilar e com o próprio banco.
Na cozinha e na copa destaca-se o piso executado com caquinhos cerâmicos reaproveitados da demolição dos banheiros existentes, solução sustentável que avança em uma das diagonais para dentro da sala e se encontra em harmonia com o piso existente de taquinhos de madeira, que foi restaurado e tingido de branco. A escolha de tingir de branco o piso da sala foi essencial para trazer leveza para este espaço que possui laje aparente marcante e blocos de madeira e ferro cheios de personalidade.
Na área íntima as três generosas suítes foram completamente repaginadas com a criação de um grande escritório, e os banheiros ganharam novas aberturas de janelas permitindo integração com a varanda linear que ganhou muitas plantas, uma sensação de banho na natureza em pleno centro de São Paulo.
O mobiliário e as peças de decoração complementam a linguagem contemporânea do apartamento. Sobre a bancada do lavabo o pendente Lanterna da Lumini. No escritório temos a poltrona Sella do Fabrício Ronca, a mesa Ivy de Luan Del Savio, a mesa Ataria da Faher, a cadeira Eclipse do Lattoog, e a luminária de piso do Guilherme Wentz, todos adquiridos na loja SumoDesign. Na suíte master o banco C303 assinado por Rodrigo Ferreira e a poltrona Giu de Edu Bertolini, compõem o ambiente com muita funcionalidade.