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Arquitetos: Per Cavalli Arquitetura
- Área: 1650 m²
- Ano: 2023
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Fotografias:Cacá Bratke
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Fabricantes: Pista Viva, Tresuno
Descrição enviada pela equipe de projeto. Em meio à pandemia, o desejo de trazer seus cavalos da cidade para o interior foi o que motivou os clientes a procurarem o escritório, a fim de projetar um espaço adequado para os receber. Praticantes das modalidades salto e adestramento, a família precisava de um local que possibilitasse os treinos e abrigasse tanto seus animais ativos no esporte quanto os aposentados e potros de criação própria.
Para os aposentados e potros foram designadas baias com piquetes individuais, localizadas mais perto da sede, o que permitiu uma concentração dos equipamentos de treino, como pistas e redondel, próximos ao pavilhão para 10 dos cavalos em atividade. O formato de layout escolhido foi o de “U”, com a fachada frontal fechada, trazendo privacidade. Passando o pórtico central, abre-se uma praça com fonte e fogo de chão, para onde estão voltadas as baias. Na abertura, ao fundo, encontram-se o redondel, o acesso à pista de adestramento descoberta e ao grande picadeiro coberto.
As baias contam com grades laterais, elemento de grande importância para garantir aos animais de natureza de bando, que tenham contato com os demais, somadas a janelas individuais para a parte exterior do volume, borrando ainda mais a barreira do ambiente fechado com o entorno.
Um corredor coberto amplo interliga as baias aos demais ambientes, com destaque para área veterinária, em uma das “esquinas” do “U”, e para o espaço de convivência e estar posicionado em uma das pontas. O posicionamento desse último, inclusive, foi pensado de forma a possibilitar que seu fechamento fosse realizado com grandes portas de vidro, uma vez que é o único local do pavilhão onde, idealmente, não há circulação dos cavalos.
No mesmo volume do pavilhão, na ponta oposta, encaixam-se, ainda: vestiários, duas duchas cobertas, depósito de serragem para a cama dos cavalos, depósito de feno e ração além de um quarto de selas. Nota-se que seu fechamento é feito por amplos muxarabis de madeira, escolha de material mais segura para locais onde os cavalos circulam e que limitam o ambiente ao mesmo tempo que permitem a ventilação dos materiais ali guardados.
Escolhidas com base na materialidade local, ripas cimentícias pigmentadas em tom terroso revestem a meia altura da fachada principal e das internas, remetendo a cor do solo encontrado no terreno. A modernidade do cimento conversa bem com as telhas cerâmicas mais tradicionais e com a madeira e serralheria preta, resultando em uma obra que conversa com as pré-existências e com o local onde se insere.