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Arquitetos: MiMool Arquitectura & Design de Interiores
- Área: 1660 m²
- Ano: 2023
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Fotografias:Ivo Tavares Studio
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Fabricantes: BRUMA, Geberit, JNF, Margres, Sanindusa
Descrição enviada pela equipe de projeto. A área de intervenção definia-se por um lote com aproximadamente 1060 m2 composto por um edifício com frente para a Rua de Adolfo Casais Monteiro e por uma construção que se estendia para o interior do terreno com características industriais.
O edifício principal, voltado para a Rua de Adolfo Casais Monteiro, possuia quatro pisos, um deles resultante do aproveitamento do desvão da cobertura, passando para 3 pisos no edifício que se estendia para nascente. O logradouro encontrava-se ocupado quase na sua totalidade com construções de carácter industrial e pouco qualificada, sobrando apenas um pequeno pátio livre.
A proposta visou genericamente a demolição de todas as construções existentes e pisos impermeabilizados do logradouro interior, tirando partido da volumetria das construções principais para a distribuição do programa habitacional (14 fracções) e introduzindo um piso novo recuado, revestido com zinco pré-patinado, cor Antracite, com junta agrafada, de forma a destacar-se da pré-existência.
Em função dos pé-direitos elevados existentes foi possível introduzir um piso intermédio na volumetria original, intervenção que se reflecte apenas nas fachadas voltadas para o interior. Nas frações voltadas para a Rua de Adolfo Casais Monteiro, foram mantidos o número de pisos originais de forma a respeitar a traça da fachada principal, havendo lugar à limpeza e recuperação de todos os elementos em granito, dos elementos em ferro, assim como dos azulejos que são dos mais antigos do género na cidade do Porto. Esses azulejos são abordados na tese de doutoramento da Ana Margarida Portela Domingues, intitulada "A Ornamentação Cerâmica na Arquitectura do Romantismo em Portugal", dentro do grupo que a autora considera ser de alguns dos melhores exemplos da produção do Porto / Vila Nova de Gaia.
A Implementação de mais um piso na metade tardoz do volume principal levou à alteração da fachada tendo sido esta objecto de exercício cuidadoso ao nível de desenho e escolha de materiais, de forma a preservar as características da linguagem existente e promovendo uma ligação mais coesa com a fachada principal. Por sua vez, o desenho do volume que se estende para o interior do logradouro, a Norte, assume-se como distinto e com um desenho mais contemporâneo e limpo para não entrar em conflito com a fachada do edifício principal.
Relativamente ao logradouro, privilegiou-se o uso para área verde, criando alguns pátios privados e caminhos de acesso ao logradouro comum, a par do estacionamento privado. Optou-se por criar uma zona de relva com marcação de percurso por lajetas soltas e a restante área em cubo de granito, de modo a diminuir a manutenção de uma área tão grande. O acesso a este espaço é feito através de um portão na fachada principal.