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Arquitetos: NOARQ
- Área: 6232 m²
- Ano: 2023
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Fotografias:Duccio Malagamba
Descrição enviada pela equipe de projeto. Trata-se da reabilitação e ampliação das Antigas Instalações da Indústria Alimentar Trofense para o edifício dos Paços do Concelho da Trofa. A zona de intervenção situa-se a sul do centro urbano, na margem do extinto canal do caminho de ferro - um território onde a cidade perde densidade e onde é visível descontinuidade da malha urbana. As indústrias desapareceram, o comboio também, em consequência despareceu a atividade, o tráfego, as presenças e naturalmente a atenção da cidade.
O terreno tem 6.200,85 m2 de área. De geometria estreita e longa, desenvolve-se paralelamente ao antigo canal ferroviário e remata em forma de ogiva apontando o Norte. O edifício seminal emergia do conjunto industrial do qual se destacava pela sua qualidade arquitetónica. Tendo em conta a necessidade de aumento de área, de escavação de um piso, de alargamento da rua a nascente, optou-se por salvaguardar apenas o edifício original.
Uma vez isolado o edifício sujeito a restauro, podemos reduzir a descrição do novo edifício a um conjunto de 5 longos paralelepípedos justapostos, entre a Rua Prof. Mário Padrão e o antigo caminho de ferro. O corpo a nascente, subdividido em 3 pisos, é ocupado pela circulação longitudinal do edifício, comum a todos os serviços. Dois paralelepípedos em cada um dos topos do antigo edifício constituem a massa central dos Paços do concelho, onde se concentram a totalidade dos serviços municipais, distribuídos em sequência. Sensivelmente a meio de cada uma das alas sul e norte destes paralelepípedos, interpõe-se os blocos de caixas de escadas e de sanitários.
O paralelepípedo justaposto a poente, foi sujeito a operações de recorte, perdeu rigor de configuração. Por necessidade de justaposição ao edifício antigo e de relação com a paisagem, é o mais sinuoso. Tem cércea variável, com o máximo de 4 pisos. Assume a função de relacionar as diferentes partes do conjunto e de alojar os espaços sociais, de receção e de atendimento aos munícipes. No seu interior conforma-se um espaço vazio, em pé direito livre (triplo ou duplo), permitindo o contacto visual entre as diversas divisões que ocupam os vários níveis do edifício.
Com idêntica função e concepção de espaço interior, o quinto paralelepípedo situa-se no topo sul dos três anteriores, em posição transversal. A sua existência coloca em perspetiva o desenvolvimento do espaço urbano (em falta) a sul da cidade. Sob o conjunto escavou-se o estacionamento e arrumos. Do somatório resulta um edifício com uma área de implantação de 1.996,00 m2 e uma cércea máxima de 17,14 m.