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Arquitetos: MORE Architecture
- Área: 2500 m²
- Ano: 2023
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Fotografias:Kris Provoost
Descrição enviada pela equipe de projeto. Ginkgo, projetado por MORE Architecture, é um inovador museu em uma ilha coberta por árvores de ginkgo biloba, em Jiaxing, China. Inspirado no DNA das casas locais, o museu convida os visitantes a passearem e descobrir as diferentes seções como se estivessem explorando uma pequena cidade. É assim configurado como uma mistura de dois tipos tradicionais de museus - o museu guiado encontra o museu de planta livre, criando um plano com "espaços fluidos". A orientação e a conexão com a água e a paisagem circundante geram uma relação profunda entre cultura e arte. O museu tem uma aparência modesta, enfatizada por sua materialidade: concreto moldado in situ.
Boom dos Museus - Ao longo da última década, a China passou por um "boom dos museus" no qual não apenas um enorme número de museus icônicos foram construídos, mas também a escala do museu típico aumentou massivamente. Ginkgo é o antídoto para esse fenômeno: um museu humilde onde arte e natureza se fundem em uma experiência imersiva. O cliente tinha como objetivo fazer da arte parte da vida pública, e em particular educar as crianças no campo da arte contemporânea. Para isso, o museu também abriga um auditório, uma sala de leitura e um espaço de workshop. Para esta comissão, o MORE Architecture desenvolveu o programa de necessidades internamente, com base em extensa pesquisa acadêmica sobre museus chineses contemporâneos.
Experiência espacial, escala pequena - Em um nível tipológico, os arquitetos desejavam criar uma experiência de museu inovadora. Inspirado em seu contexto rural, MORE Architecture concebeu o museu como uma "vila" que permite a exploração. O DNA da vila típica de Zhejiang - com sua escala pequena e sofisticada rede de espaços de tamanhos diferentes - é a verdadeira inspiração para este museu. Ao fundir dois tipos tradicionais de museus - a rota "guiada" convencional e a planta de "fluxo livre", os arquitetos criaram um edifício com espaços fluidos, onde os visitantes podem explorar e escolher seu próprio caminho - Altes Museum de Schinkel encontra a Neue National Gallery de Mies! Essa fusão cria um volume com salas de conectadas, mas que se diferenciam sutilmente. Isso cria oportunidades para os curadores contarem histórias de várias maneiras - conectando ou desconectando as salas de exposição. Porém, mais importante, permite que os visitantes explorem...
Materialidade modesta - No início do processo de projeto, ficou claro que o desenho de um museu modesto também exigia um uso modesto de materiais. Assim, os arquitetos decidiram focar na qualidade espacial do museu, e limitar o número de materiais, e portanto movimentos de transporte, resíduos de construção, embalagens, etc. MORE Architecture usou um material para todo o volume: concreto moldado in situ. A estrutura do museu é construída a partir de paredes de concreto sólido, que sustentam lajes de concreto curvas as quais se estendem até 17 metros. O molde foi feito com andaimes e tábuas de madeira ásperas, posicionadas horizontalmente - o padrão foi decidido pelos trabalhadores da construção. Até as lajes curvas foram moldadas com esse método de baixa tecnologia. As tábuas de madeira criam ritmo e textura nas fachadas, paredes e tetos. O concreto áspero dialoga com os montantes de alumínio verde liso e os móveis de madeira no interior.
Dentro e fora - Os arquitetos tornaram o volume bastante fechado em sua fachada sul e o abriram no lado norte, para gerar luz natural indireta. As salas de exposição aumentam tanto em tamanho quanto em altura do sul para o norte. Elas são conectadas por "ruas" que correm de leste a oeste e trazem a luz natural. Os telhados curvos filtram a luz do sol. Além disso, os arquitetos desejam que os visitantes experimentem uma transição suave entre a edificação e a paisagem, entre o interior e o exterior. A interação com a paisagem é crítica no desenho e na experiência deste museu: estando situado em uma ilha, se aproximar do museu é uma experiência em si. A exposição começa em um jardim de estátuas, já que a ilha pode ser usada para exposições ao ar livre também. Uma série de caminhos sinuosos convida os visitantes a explorarem a ilha. Uma ponte que se curva para fora do perímetro da ilha sobre o lago permite que os observadores "caminhem sobre a água". No interior, o museu se abre para a paisagem e o lago, permitindo que os visitantes se equilibrem constantemente entre arte e natureza.