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Arquitetos: PLP Atelier
- Área: 888 m²
- Ano: 2024
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Fotografías:Héctor Santos-Díez,
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Fabricantes: BRETT MARTIN, Cementos del Cantábrico, Ceranor, Domusa Teknik, Euronit, FAKRO, GRUPO PAMESA CERAMICA, TAU Ceramica, Prissmacer, Ecoceramic, Geotiles, Navarti, Gutterkel, Plaka, Pulmor, Roca, Sika, Tejas Verea, URSA, Vintel, Xylazel
Descrição enviada pela equipe de projeto. A ‘Reabilitação Fondodevila’ surge como uma iniciativa da Câmara de Parada de Sil, decidida através de um concurso de projetos, com o objetivo de fixar a população no município, reativar a economia local e combater o êxodo rural. Situado no cenário incomparável da Ribeira Sacra, o centro de Fondodevila caracteriza-se por entrelaçar o sugestivo espaço público com habitações tradicionais, dispersas num ambiente vegetal que o envolve e lhe confere um caráter único.
Os antigos edifícios de dois andares apresentam uma forma irregular que resulta numa série complexa de espaços interligados, fruto da anexação contínua de suplementos ao longo do tempo. A área de ação está dividida em duas partes: um conglomerado central, como uma ‘ilha‘ rodeada pela via pública, (destinado às habitações 1, 2 e 3), e uma segunda peça virada para esta e anexada, por sua vez, a outros edifícios pré-existentes que chamaremos por ‘península‘ (habitações 4, 5).
A peça que conecta todas as partes e resolve os diferentes níveis do projeto é o corredor. Lugar de passagem recorrente, procura recuperar o conceito do ‘patín‘ tradicional como espaço de encontro, como bem descreve Xaquín Lorenzo no seu livro ‘A casa‘. Neste caso, a sua materialidade é reinterpretada, introduzindo novos sistemas construtivos que filtram a luz e permitem que seja filtrada até aos níveis inferiores.
Para alcançar o equilíbrio certo entre a afirmação da nova arquitetura proposta e a valorização do interessante contexto existente, realiza-se uma estratégia que começa com a identificação dos elementos relevantes da arquitetura popular, a fim de preservá-los e destacá-los. E prossegue com a utilização de materiais e técnicas construtivas atuais, procurando a coerência geral do conjunto sem tentar confundir o novo com o antigo.
Os muros de pedra existentes tornam-se a espinha dorsal do projeto, configurando os novos espaços ao seu redor. Optou-se por respeitar os vãos da fachada em suas dimensões originais e contrariar a escassa luz natural com a abertura de claraboias na nova cobertura. Estas aberturas desenvolvem-se verticalmente como pátios com áreas verdes, criando um espaço intermédio entre o interior e o exterior que funciona como regulador térmico, atenuando a temperatura. Ao mesmo tempo, introduz luz natural da de cima e favorece a ventilação cruzada, melhorando o conforto interior. As tipologias das cinco moradias são variadas, de modo a acomodar diferentes modelos familiares. Elas possuem 1, 2 e 3 quartos distribuídos por um ou dois pisos, incluindo a adaptada para pessoas com mobilidade condicionada, desenvolvida inteiramente no térreo e sem declives.
O âmbito de ação completa-se com uma série de espaços comuns, como as hortas associadas a cada habitação, o forno tradicional recuperado, os átrios de entrada e o próprio corredor, que incentivam a interação e a convivência entre os moradores. O objetivo é revitalizar o complexo, transformando-o novamente em um espaço de relações comunitárias como antigamente.