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Arquitetos: Madeiguincho
- Área: 39 m²
- Ano: 2024
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Fotografias:João Carranca
Descrição enviada pela equipe de projeto. Nesse projeto, fomos desafiados a projetar três tiny houses para aprimorar a experiência única de um lugar muito especial: uma fazenda de agricultura regenerativa em Alqueva, uma região no Alentejo, no sudeste de Portugal. Essa área é definida por uma das maiores represas da Europa, que marca a fronteira entre Portugal e Espanha. A localização única abrange a vasta floresta do Montado atravessada pela represa de Alqueva, uma área também conhecida pelo turismo de observação de estrelas, sendo uma das zonas mais escuras da Europa.
Quando começamos a projetar essas tiny houses, nos inspiramos no patrimônio arquitetônico, nos vários assentamentos históricos do Alentejo, nas casas monolíticas de taipa branca e nos intrigantes monumentos megalíticos ao redor do local. Exploramos suas características espaciais fundamentais, seus volumes, a interação da luz e sua profunda conexão com o ambiente natural. Nosso objetivo era capturar a essência dessas estruturas atemporais e projetar uma experiência de vida diferenciada, enraizada nesse contexto, mas distintamente diferenciada por sua nova e exclusiva configuração. O processo de projeto tornou-se uma mistura de compreensão do local, escolha do lugar exato para cada casa e trabalho no projeto de acordo com a especificidade da localização.
À medida que refinamos nossa filosofia de projeto, surgiu uma visão unificada para essas três casas. Diferentemente das residências convencionais, adotamos o conceito de um objeto vivo, no qual os moradores podem experimentar e habitar o espaço em diferentes níveis, promovendo uma experiência de vida mais orgânica e exclusiva.
Maximizamos o espaço na área de convivência, promovendo a abertura ao projetar espaços compactos e eficientes para a cozinha e o banheiro. Cada casa também precisava incluir um terraço com observatório.
Acabamentos e materiais consistentes unem as três casas. No interior, buscamos um acabamento de madeira caiada de acordo com os acabamentos de cal naturais dessa região. Para os pisos, optamos pelo tradicional pinho português. No exterior, usamos casca de cortiça para cobrir a fachada, espelhando os sobreiros da floresta circundante e, ao mesmo tempo, melhorando o isolamento.
Devido ao clima rigoroso, priorizamos a eficiência térmica por meio de soluções de design passivo, como a ventilação cruzada e uma definição rigorosa de vistas e aberturas de acordo com a paisagem e a orientação. A maioria das fachadas ao sul é mais fechada, e as grandes aberturas estão voltadas para o leste ou para o norte para aumentar o conforto térmico.
Terra 1 - Essa tiny house está localizada ao lado de uma pequena baía da represa. Uma cozinha aberta no centro se desdobra em um passeio ao redor, começando no hall, contornando a sala de estar e subindo as escadas para um terraço espaçoso acessado por uma claraboia. A cama de casal está situada embaixo do terraço, oferecendo um espaço aconchegante e isolado para descanso.
Terra 2 - Essa tiny house está situada perto de um lago menor, longe da represa, o que a faz parecer um retiro dentro de um retiro. A luz do norte preenche o interior por meio de janelas grandes e altas, criando uma atmosfera calma e clara. A cama no nível superior, acessada por uma escada, está posicionada na mesma altura da copa do sobreiro, criando um espaço de descanso exclusivo.
No lado oposto da casa, há uma sala de estar. Usando uma escada menor existente, é possível chegar ao terraço passando por uma janela triangular. A partir desse terraço, a perspectiva muda para o sul, revelando um cenário diferente dos arredores.
Terra 3 - Essa tiny house é um observatório aninhado na natureza. Ao entrar, você passa por um corredor estreito que esconde o banheiro e o chuveiro. No interior, o ponto focal é uma grande janela circular que cria uma sensação de expansão na área de estar. A partir dessa janela circular, um terraço com meio tubo convida você a relaxar e contemplar a vista.