-
Arquitetos: parte arquitetura
- Área: 19822 m²
- Ano: 2019
-
Fotografias:Lucas Daneris
-
Fabricantes: Apen Portas, Deca, Elizabeth revestimentos, Esquadrias Peres, Funilaria Dois Irmãos, HCS Engenharia , Jrton, Kresil, Móveis Planejados, New ideia, Prado, Rogério Lima, Schneider, Soleireiras, respingadeiras e pisantes, TK Elevator, Wigg, Wigga, Zeus, Ziober
Descrição enviada pela equipe de projeto. O conjunto residencial está situado em um bairro projetado pelo escritório do arquiteto Jaime Lerner em um vazio urbano na cidade de Pelotas, Rio Grande do Sul. O projeto urbano previu a expansão do traçado viário, a criação de espaços públicos qualificados e um parque linear que acompanha uma área de preservação permanente, situada ao longo de um dos limites do bairro. Segundo o escritório, a intenção do projeto foi promover o uso do espaço público, incorporando em seus limites todos os usos e atividades que caracterizam a ambiência citadina.
Implantado em um lote de aproximadamente 7.000,00 m² conformado por três vias, o projeto do conjunto tomou partido da isenção dos recuos frontal e laterais proposto pelo bairro. Os blocos de apartamentos foram dispostos de forma perimetral, próximos ao alinhamento predial, configurando um espaço central onde as circulações se organizam em dois eixos. Estes eixos, além de definirem os percursos entre os blocos e a área construída de uso comum, dividem o espaço central em quatro porções. Próximo ao acesso principal estão áreas ajardinadas e de lazer passivo, enquanto as outras duas porções centralizam as atividades de lazer ativo, como as quadras esportivas, o playground e as piscinas.
A distribuição perimetral dos volumes construídos, onde cada um dos três blocos se volta para uma via diferente, além de garantir a iluminação e ventilação das unidades, propiciou que estes sejam acessados de forma independente, o que promove o uso do espaço público e contribui para vitalidade do bairro. Além disso, os blocos próximos ao alinhamento predial permitem que, do interior dos apartamentos, se tenha contato visual com as ruas, reforçando a intenção de estabelecer uma conexão dos moradores com o espaço público.
Na escala dos apartamentos, a distribuição e organização dos ambientes permitiu a integração das áreas sociais, para um melhor aproveitamento do espaço, e a setorização das áreas íntimas, buscando garantir a privacidade dos moradores. A disposição dos apartamentos buscou, ainda, o melhor aproveitamento da incidência do sol e dos ventos, que, aliados a características construtivas garantem o conforto ambiental dos moradores.
Destaca-se o uso da alvenaria estrutural como técnica construtiva, uma solução amplamente utilizada por construtoras locais devido à disponibilidade de recursos, facilidade de execução e bom desempenho térmico e acústico. Por se tratar de um sistema autoportante, as plantas são modulares, gerando volumes prismáticos puros com feições compactas. Em contraponto, foram trabalhadas operações de subtrações volumétricas como estratégia compositiva, observadas nas sacadas dos apartamentos e nos terraços das áreas comuns. O cobogó também foi usado como elemento de projeto para romper com a compacidade dos volumes, trazendo identidade, materialidade, permeabilidade visual e pontos de luz e sombra nas fachadas.