-
Arquitetos: saavedra arquitectos
- Área: 250 m²
- Ano: 2024
-
Fotografias:Onnis Luque
-
Fabricantes: Big little ideas, Cappa, Chimeneas Esqueda, Gerdau Corsa, Interceramic, Quetzal
Descrição enviada pela equipe de projeto. Lore e Carlos são aventureiros. Certamente por isso, quando se aproximaram do nosso escritório, o fizeram com um terreno que nos tirou o sono por mais de uma noite. Ele está localizado em Mineral del Monte, México, uma área arborizada, cercada por montanhas, penhascos e formações rochosas. O terreno, embora não seja um penhasco, tem uma inclinação tão acentuada que certamente parece um. Cercada por árvores e neblina, a casa que Lore e Carlos nos pediram precisava dialogar com isso.
O projeto apresentava várias características que o tornavam muito interessante; como o acesso ao terreno pelo ponto mais alto (a leste) e pelo ponto mais baixo (ao sul) e o restante cercado por bosques. Ao norte, devido à erosão causada pela água que desce pela encosta, encontramos um espaço com menos vegetação que serviria para a implantação. A chuva estava sempre tão presente quanto o sol e para encontrar um bom raio de luz, era necessário escalar metade de uma árvore.
Lore e Carlos são excelentes anfitriões; quando conversávamos sobre como imaginavam a casa, sempre voltavam à importância que atribuem em receber visitas. A casa precisava se tornar um local de encontro, onde muitas pessoas pudessem estar em espaços diferentes, mas se misturando entre si. E depois, dentro da própria casa, poder se retirar para o bosque.
Gostamos de pensar que a Casa Oruç conta essa história enquanto é percorrida. Para entrar na casa, é preciso partir do ponto mais alto do terreno, de onde ela se esconde entre os pinheiros. Ao atravessar uma ponte, chega-se a uma torre que abraça a sala em seu interior, com escadas ao redor. Os materiais vão mudando ao longo do trajeto, às vezes concreto aparente e às vezes bloco de cimento.
Após as primeiras escadas, passa-se por um pórtico externo, um lembrete de que, embora ainda não tenha entrado na casa, já se está dentro dela. O próximo corredor revela uma laje de concreto invertida entre as árvores e, se continuar descendo, uma janela mostra uma pequena parte da sala. No final da última curva, encontra-se a porta de acesso.
No interior, um espaço amplo e aberto recebe o visitante, em um lado está a sala de jantar e do outro a cozinha, mas também a sala de estar. Uma varanda ao sul pode ampliar as possibilidades. A laje de concreto preto aparente invertida continua até os quartos, com uma árvore atravessando uma das alas. O corredor com janelas ao norte leva aos quartos e, a partir da próxima porta, o visitante está em uma casa erguida 7,5 metros entre as árvores, buscando capturar a luz que chega a essa altura.
Lore e Carlos nos permitiram projetar uma casa que flutua entre o bosque, que coleta água com seus telhados invertidos para lançá-la como uma cascata em uma cisterna. Uma casa que, no processo de projeto, começou sendo para dois e agora é para três.
PS. Oruç é o cachorro.
