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Arquitetos: Studio Arthur Casas
- Área: 1467 m²
- Ano: 2023
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Fotografias:Fernando Guerra | FG+SG
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Fabricantes: AllForm, Amazonas Pedras, Arali, Braston, Core BR, Enjoy House, Madecor, Marupá, Marvelar, Ornare, Pagliotto, Punto, Stone, Tecnosystem, Tresuno, Uniflex Cidade Jardim, Vallvé, Vidros Queiroz, augusto moreno
Descrição enviada pela equipe de projeto. Esta casa no bairro do Pacaembu, em São Paulo, Brasil, foi projetada para um casal, de modo a se configurar como espaço de encontros junto à família e aos amigos, abrigando uma completa infraestrutura de lazer e bem-estar.
O projeto se organiza entre duas ruas, cujo caimento é de 7 metros entre si. A declividade do terreno é solucionada por meio da conexão dos níveis por escadas e elevador. Tal situação topográfica tornou possível aproveitar a vista para o bairro residencial e arborizado como ponto de partida para a disposição do programa.
Outra vantagem foi a discrição da casa ao ser vista da rua: apesar de ser grande em área, não parece grandiosa devido a sua implantação no terreno e ao seu circundamento pelo paisagismo, que se assemelha a uma mata nativa.
No pavimento térreo estão living, sala de jantar, espaço para lareira e charutaria - sendo os ambientes sociais integrados à varanda com piscina; em um nível inferior, encontra-se a área gourmet, que é conectada ao jardim e ao lago com peixes; e no nível superior, estão quartos e sala íntima.
Na área da piscina, planos iluminados cobertos por vidro compõem o piso, anunciando através da transparência o que acontece no subsolo. Ali, um corredor envolvido por paredes de concreto ciclópico, moldado in loco com pedras, ganha luz natural por meio de clarabóias estrategicamente posicionadas. O acesso é possível por uma escada localizada na área do living e jantar, que dá acesso ao túnel e tem como destino final o espaço gourmet e jardim com lago. Na cobertura, placas solares são alocadas junto a um teto verde, atendo-se à sustentabilidade do projeto.
Os acabamentos e revestimentos têm paleta neutra com tons de variação de areia.
Destacam-se, como elemento projetual, a combinação do concreto moldado in loco e da madeira. O concreto ciclópico, visto na fachada e nos revestimentos internos, foi moldado in loco com pedras, um desafio na execução do projeto, já que foram necessários diversos protótipos até, enfim, atingir a pigmentação ideal e a alocação das pedras, colocadas uma a uma, como carimbos sobre o cimento.
Já a madeira utilizada na execução das portas basculantes da fachada, devido ao grande balanço, demandaram igual atenção durante a execução, a fim de garantir um visual amplo da testeira de concreto.
A iluminação é indireta, buscando ter menos pontos possíveis no teto, e a entrada de luz natural, bastante abundante. O jogo de luz e sombra é percebido logo na entrada de pé-direto duplo, onde um enorme recorte angulado no teto cria um efeito cenográfico devido à penetração dos raios de sol.
O projeto de interiores teve grande apoio e participação dos clientes. É composto por elementos de tonalidades similares aos acabamentos em pedra rústica e madeira, mas marcado por detalhes de mármore verde e laranja. A composição da materialidade do mobiliário conta com linho natural, couro, camurça, tecidos em algodão tipo bouclé e lã - todos em tons mais sóbrios, deixando o destaque para alguns pontos de pedra natural em tom terracota, e algumas peças em tom verde escuro.
A escolha do mobiliário mescla peças vintages, como o par de poltrona Tonico, de Sergio Rodrigues, e peças contemporâneas assinadas por Arthur Casas, como os sofás Fusca e o aparador Copacabana. Integram, ainda, outras peças desenhadas pelo arquiteto, como as mesas de centro Tiles, as mesas laterais Pistão, a poltrona Jet Set, as cadeiras de jantar Max, o sofá Pan Am, a mesa lateral Ettore, as luminárias Grampo, a mesa Jaky com cadeiras diretor e a escrivaninha Lurdes. Casas desenhou também um par de mesas de cabeceira especialmente para o projeto, assim como luminárias e outros itens diversos.