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Arquitetos: Sabella Arquitetura
- Área: 500 m²
- Ano: 2018
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Fotografias:Manuel Sá
Descrição enviada pela equipe de projeto. A primeira conversa e o primeiro croqui da Casa Tetris aconteceram bem longe do escritório e do computador. Num guardanapo de papel, durante um almoço, Frederico Sabella, do Sabella Arquitetura, rabiscou o esboço do que seria a residência em um condomínio urbano de Bragança Paulista, no interior de São Paulo. O cliente sonhava com um telhadão; Sabella, por sua vez, considerava o terreno de 500 m² inadequado para tanto.
O lote era complicado, de esquina, com dois recuos obrigatórios e uma diferença de 5 m entre os pontos mais alto e mais baixo – um desnível em diagonal”, descreve. O risco era que o telhado parecesse espremido entre os limites, segundo o arquiteto.
Foi apurando o traço que ele conciliou desejo e realidade: “Apoiei a estrutura de madeira do telhado sobre uma viga metálica escura que, apesar de ser aparente, quase some na sombra do beiral. E, no perímetro da área social, uma faixa envidraçada ocupa o topo das paredes, logo abaixo da viga. Dessa forma, a cobertura ‘se solta’ do restante”. As soluções proporcionaram ganho extra, na medida que dão a impressão de horizontalidade à casa.
Quem está dentro dela usufrui de espaços amplos, vestidos com acabamentos agradáveis ao toque e ao olhar, como o piso ora de madeira , ora de ladrilhos hidráulicos, o forro de freijó e o painel de pedra filetada que replica o visual da fachada. Já quem passa em frente ao endereço acredita ver uma construção térrea, porém se engana. De fato, no nível de acesso, elevado em relação à rua principal, estão os ambientes usados pela família no dia a dia – três suítes, sala de TV, uma charmosa cozinha integrada às salas de jantar e estar, além de varanda gourmet. A planta, em L, abraça a piscina e o deque. Essa implantação, auxiliada pelos arbustos junto ao muro de arrimo, garante privacidade à área de lazer e aos quartos, que se abrem apenas para o jardim, por meio de caixilhos de vidro e venezianas-camarão.
Sabella serviu-se da topografia natural para acrescentar mais dois discretos pavimentos à construção. O superior, onde as janelas escancaram a paisagem, abriga um pub com mesa de sinuca, enquanto o inferior reúne suíte de hóspedes, escritório, ateliê para as crianças e sauna. Ou seja, nem as duas filhas nem seus pais, uma advogada e um empresário, podem se queixar de falta de conforto nos momentos de diversão com amigos e familiares. “Eles venderam o apartamento de 160 m² em São Paulo para fazer esta casa de 500 m². Foi um ótimo investimento!”, avalia o arquiteto.