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Arquitetos: Albert Mo Architects
- Ano: 2023
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Fotografias:Derek Swalwell
Descrição enviada pela equipe de projeto. Poucos projetos oferecem tanta liberdade para experimentação quanto a casa de um arquiteto, e a Connected House não é uma exceção. Há quinze anos, o arquiteto Albert Mo, também cliente, mudou-se com sua família para uma casa dos anos 1950, projetada por Peter McIntyre. Durante mais de uma década, eles refletiram sobre ideias de projeto que guiariam a expansão da casa. O conceito do projeto equilibrou a preservação do patrimônio arquitetônico com uma nova abordagem de integração com o ambiente externo e a ampliação do espaço para acomodar os filhos adolescentes. O resultado é uma casa que valoriza tanto o jardim quanto a construção, onde o cotidiano se conecta com a natureza em todos os aspectos – desde a sala suspensa na copa de um olmo até o jardim no pátio ao lado da mesa de jantar.
Studley Park, em Kew, é um caldeirão de arquitetura residencial modernista, e preservar a presença original da casa na rua era uma prioridade. As cores de pintura e os acabamentos de tijolo foram restaurados, enquanto a nova extensão foi cuidadosamente projetada para ficar escondida da vista da rua. Essa harmonia entre a construção e o ambiente faz com que o segundo andar só seja visível quando os visitantes já estão bem dentro da casa.
O terreno é muito íngreme e precisou de terraceamento para criar novas conexões entre a casa e o quintal. Para reduzir a movimentação de terra, a ampliação seguiu estritamente a estrutura da casa original. O layout foi cuidadosamente planejado para incorporar o novo programa dentro da estrutura simples da casa pós-guerra. Assim, o novo andar se alinha exatamente com a base da construção original, mantendo uma proporção harmoniosa em toda a casa.
A precisão necessária para integrar perfeitamente as partes antigas e novas da construção em um terreno tão íngreme foi fruto de uma verdadeira colaboração entre diferentes profissionais. O melhor exemplo disso é o mecanismo da ponte levadiça, que só foi concluído um ano após a entrega da obra! Um engenheiro aeroespacial fez os cálculos, um fabricante de metal aceitou o desafio, um construtor de confiança executou o projeto, e o arquiteto/cliente perseverou – até descobrir que, após 12 meses de protótipos, a ponte ainda era pesada demais para levantar! Foram necessárias mais três tentativas até que a ponte finalmente funcionasse.
A casa será passada de geração em geração, e a sustentabilidade foi essencial para garantir sua durabilidade. Embora a planta original tivesse uma boa orientação, a casa quase não tinha isolamento e usava apenas aparelhos a gás. As novas obras a transformaram em uma casa totalmente elétrica (exceto pela lareira a gás original), com um sistema robusto de painéis solares. Todo o espaço foi isolado com vidros duplos, e o jardim é quase completamente formado por plantas nativas. Os materiais escolhidos são de baixa manutenção e alta resistência, priorizando fabricantes e fornecedores locais.
O sucesso do projeto vem do profundo conhecimento do local — onde o sol ilumina pela manhã, quais árvores perdem as folhas no inverno, quem gosta de ler perto da lareira e onde ficam as mochilas escolares. A planta foi criada para atender diretamente às necessidades da vida familiar, agora e no futuro.