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Arquitetos: Collection Architectes
- Área: 750 m²
- Ano: 2024
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Fotografias:Sophie Rodriguez
Descrição enviada pela equipe de projeto. Introdução - Na porta de entrada do Parque Natural Regional de Pilat, a vila de Tupin-et-Semons, França, possui uma localização geográfica notável que molda sua identidade. É conhecida por suas vinhas em terraços com denominações prestigiadas como Condrieu e Côte-Rôtie. De forma mais ampla, oferece um panorama espetacular sobre o Rhône, as planícies e os Alpes, do Mont Blanc ao Vercors. Naturalmente, a Agglomération Vienne Condrieu escolheu Tupin-et-Semons para a construção do primeiro mirante de uma futura rede, como parte de seu novo plano turístico. A criação do mirante reflete o forte desejo de gerar uma oferta cultural e turística de alto valor. Ele visa ser uma obra icônica, atraente e voltada para eventos.
Integração - O vilarejo é caracterizado por sua identidade patrimonial e paisagística, especialmente através de sua frente urbana: o caminho do mirante, a igreja e a antiga casa paroquial com vista para as vinhas. Para preservar essa identidade, em vez de imaginar um objeto arquitetônico isolado, propusemos uma abordagem integrada, entrelaçada com a paisagem existente e apoiada por seu entorno. A ideia é criar uma conexão entre o patrimônio construído e o patrimônio natural. O mirante é projetado como uma linha dentro da paisagem, enfatizando sutilmente a silhueta icônica da vila sem alterar sua forma. Ele está integrado à encosta e apoiado na parede de contenção existente. Destina-se a ser uma experiência icônica e vertiginosa, mas ainda assim, a estrutura deve ser delicadamente integrada ao seu ambiente.
Caminhada Única - O projeto é muito mais do que apenas um mirante; é um verdadeiro passeio pelo local, inspirado nas suaves curvas que moldam as colinas. Ao chegar a pé pelo caminho principal ao sul, uma faixa de madeira acolhedora guia os visitantes na direção certa. A primeira sequência dinâmica oferece a primeira vista aberta do Rhône. Seguindo a faixa, os visitantes deixam a vista aberta para entrar no jardim do Mirante: um espaço imersivo, onde aromas e cores ecoam as vinhas. Este corredor verde leva a uma área mais íntima perto da igreja, que é perfeita para uma pausa. Essa imersão cria um efeito marcante, preservando a magia até a borda do jardim, onde os visitantes são literalmente "projetados" na vista panorâmica. Em um movimento estrutural aéreo, o mirante se liberta da fundação, criando uma incrível sensação de "caminho no ar". Os visitantes se encontram suspensos entre a vila e a paisagem, flutuando acima das vinhas. O caminho, então, leva os visitantes à praça em frente à igreja, um autêntico local de encontro.
Conclusão - A força arquitetônica contemporânea deste projeto não detrata sua integração na região. Uma vez que um objeto arquitetônico só faz sentido quando serve aos usuários, nos concentramos em projetar uma intervenção que, com uma única linha e um único gesto: cria um passeio paisagístico único, oferece uma experiência marcante, preserva e destaca a silhueta da vila, provê uma estrutura versátil adequada a vários usos, gerencia a circulação, tece uma conexão entre o patrimônio e o contemporâneo da região.
Sistema de Construção e Materiais Utilizados - 1. Estrutura de Concreto - O apoio de concreto armado é ancorado diretamente na rocha subjacente por "micropilares". Ele fornece suporte para a estrutura de travessia através de uma parede de concreto armado alinhada com a parede de contenção existente. 2. Estrutura de Madeira/Metal - A estrutura de travessia em balanço, apoiada pelo concreto, é construída com madeira e suportes metálicos tensionados. Ela é protegida por um deck. A madeira selecionada é de pinus por ser naturalmente durável. O projeto permite a devida drenagem entre as partes de madeira exposta e metálicas para garantir a longevidade da estrutura.
A estrutura consiste em duas vigas curvas laminadas coladas medindo 200x220 mm, com cavaletes triangulados colocados a uma distância centrada de 1,24 metros ao longo do eixo da estrutura. Cada cavalete consiste em dois suportes diagonais, com uma viga superior medindo 120x240 mm conectando as 2 vigas. As vigas superiores estão conectadas por escoras cruzadas (tubos metálicos). Os cavaletes de madeira repousam sobre uma seção de tubo metálico com Ø108,6 mm x 8,0 mm de espessura, tensionada por hastes metálicas de tamanhos variados e com extremidades ajustáveis. Juntos, eles formam uma "viga de torção" capaz de sustentar o balanço de 6 metros e manter o deck plano. A estrutura é coberta com um painel de 38 mm de espessura, que serve para garantir a estanqueidade. Elementos trapezoidais são curvados sobre as duas vigas principais.