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Arquitetos: Hollmén Reuter Sandman Architects
- Área: 330 m²
- Ano: 2001
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Fotografias:Juha Ilonen
Descrição enviada pela equipe de projeto. Na primavera de 1996, um grupo de estudantes do Departamento de Arquitetura da Universidade de Tecnologia de Helsinque viajou para o Senegal para enfrentar um desafio arquitetônico. Entre eles estavam Saija Hollmén, Jenni Reuter e Helena Sandman, estudantes na época. Elas foram apresentadas ao trabalho de um grupo local de mulheres, de onde sugeriu a ideia de projetar um centro para as associações de mulheres da comunidade. Inicialmente, isso foi realizado como um exercício de aprendizado.
Ao voltarem para casa, as estudantes sentiram que era importante não decepcionar as mulheres e começaram a arrecadar fundos para construir o centro. Esse processo levou tempo, permitindo que o projeto evoluísse e amadurecesse ao longo de vários anos. Reuniões com os grupos de mulheres ajudaram a refinar o projeto, embora focar nas prioridades fosse difícil às vezes, já que alguns membros estavam preocupados com detalhes como utensílios de cozinha. As arquitetas enfatizaram que a prioridade era construir o centro, dentro das limitações de seu orçamento. Foi acordado que o centro deveria acomodar uma variedade de atividades diferentes, então os espaços internos e externos precisavam ser adaptáveis para uso flexível.
Uma vez que as necessidades espaciais foram esclarecidas, o projeto exigiu uma compreensão aprofundada do contexto urbano circundante. Usando mapas de satélite e visitando casas locais, as arquitetas estudaram a arquitetura tradicional da região, que muitas vezes centralizava os volumes em torno de um pátio. Elas pretendiam construir o centro no estilo de uma típica casa de Rufisque, evitando a impressão de uma instalação pública.
Também era importante envolver outras organizações cívicas desde o início. A equipe enfrentou perguntas como: "Por que um centro de mulheres e não um clube esportivo ou uma creche?" Ao iniciar as conversas com antecedência e evitar vínculos administrativos, esperavam prevenir que o centro fosse politizado ou desviado do uso pretendido pelos grupos de mulheres.
As edificações da região eram densas e de baixa altura, então o centro foi projetado para se integrar ao seu entorno. Para evitar a sensação de isolamento, uma parede externa sólida cerca as estruturas em torno de um pátio interno. A cor vermelha da edificação, criada com pigmento de óxido de ferro, conferiu uma identidade única ao bairro. Após a conclusão, foi nomeada Kër Xonq – a Casa Vermelha.
Após garantir apoio do Ministério das Relações Exteriores da Finlândia e obter um terreno doado pela cidade de Rufisque, a obra foi finalizada. O projeto incorporou materiais locais e reciclados, incluindo cimento doado por uma fábrica local e tijolos de vidro feitos de garrafas antigas. O desenho do telhado apresenta uma camada isolante para ajudar a manter um interior fresco, uma solução nova, mas eficaz para a região.
A inauguração da Casa Vermelha foi uma ocasião alegre, com a presença de centenas de pessoas. Após anos de dedicação e colaboração, o centro foi concluído, ensinando às arquitetas lições valiosas sobre sua profissão e a importância da comunidade.