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Arquitetos: Studio MEMM
- Área: 120 m²
- Ano: 2024
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Fotografias:Ricardo Faiani
Descrição enviada pela equipe de projeto. Preservada a identidade original, apartamento de 120m2 ganhou nova configuração para atender a novas formas de habitar. São Paulo, 2024 - Um projeto de reforma que teve início antes da pandemia e passou por mudanças de briefing ao longo do tempo. Inicialmente, a reforma foi concebida com um estilo mais contemporâneo pop, mas, após um período de pausa nas obras por opção do morador, foi necessário ajustar o projeto para incorporar uma estética mais sóbria. Essa transição e complementação de estilos levou o Studio MEMM, liderado pelo arquiteto Marcelo Macedo, a desenvolver uma solução única e harmoniosa.
Localizado em um edifício histórico de tijolinho com estrutura em concreto, na hípica de Pinheiros, e com características de sua época em suas aberturas e materialidades, a compartimentação do apartamento era de 65% de social e 35% de serviço. Esse cenário levou os arquitetos a reorganizarem e a repensarem a planta para atender um modo contemporâneo de habitar. Na época, os banheiros, área de serviço e varanda eram todos voltados para as janelas, com iluminação natural, o que não fazia mais sentido para o morador atual. A proposta então foi passar esses espaços de serviço para o interior do apartamento, o que permitiu liberar as áreas nobres para o espaço social.
Primeiramente, a caixa central seria em tela metálica em tom laranja, e com bandeiras de vidro e esquadria preta. Em tons fortes, buscando referência na cultura pop. Porém, com a chegada de mais um morador, foi pensado um estilo mais sóbrio e clean. A cor forte foi uma solução para as portas, em tom vermelho vinho, que remete às cerâmicas em tom avermelhado nas áreas molhadas, parte da paleta de cores original. Esse visual marcante das portas representa o contraste entre os estilos aplicados no projeto, uma contraposição da sobriedade, representando os dois moradores. O conceito de planta aberta também se faz presente, com a cozinha que se conecta com a sala e a varanda. Na varanda foi preservado o antigo balaustre, possibilitando reconhecer a identidade do prédio original e, por ser um apartamento no 1o andar, foi possível trazer uma relação visual com a copa das árvores da rua, criando uma conexão com essa vegetação.
Em praticamente todos os ambientes é possível visualizar a caixa central, que apesar de ser a área de serviços, é um núcleo importante que permitiu esse uso dos espaços perto das janelas. Na planta é notável o corredor no entorno do cubo, numa circulação em anel que permitiu que todos os espaços sejam acessíveis através deste caminho. Não existe um ambiente isolado por um corredor no apartamento PI. Todos os espaços se conectam com o anel e essa disposição auxilia na iluminação natural desse centro, através das bandeiras sobre as paredes do núcleo. O que torna a solução ainda mais interessante é quando o oposto acontece, e as iluminações artificiais são ligadas dentro do núcleo, acendendo o apartamento por completo. Através de uma luz amarelada difusa, que pinta e complementa as tonalidades do projeto, o apartamento ganha vida através da iluminação dessa caixa central.