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Arquitetos: Piertzovanis Toews
- Área: 285 m²
- Ano: 2024
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Fotografias:Simone Bossi
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Fabricantes: ADLER, Huguet, Velux, Xella
Descrição enviada pela equipe de projeto. Quase quatro anos atrás, começamos um experimento. Erika e Willi compraram um celeiro com a intenção de reformá-lo por conta própria, mesmo com recursos financeiros e habilidades manuais limitados. Eles não tinham experiência em questões arquitetônicas. Tanto para os proprietários quanto para os arquitetos, essa reforma foi uma jornada intensa, mas muito gratificante.
Em uma vila cercada por vinhedos de Riesling e Chardonnay, o celeiro se tornou parte de um conjunto próximo a um antigo moinho do século XVIII. Apesar das várias reformas ao longo do tempo, sua estrutura original ainda está quase intacta, com paredes espessas de pedra, estrutura de carvalho e telhas de barro. A renovação começou com uma limpeza cuidadosa da madeira, revelando seu grão e cor originais, além de permitir a avaliação da qualidade e dos danos presentes na estrutura.
A sala em formato de L, que antes armazenava feno, ainda preserva as diferenças de altura e as treliças inclinadas do telhado. Agora, o espaço é definido por quatro áreas internas com cores distintas: a loggia amarela, que parece uma casa de vidro por dentro, mas se conecta ao ambiente externo; a cozinha verde, que fica em um espaço separado; a escada em vermelho suave; e a passarela de vidro lilás que leva ao pátio. Os novos quartos foram posicionados nas extremidades do L, deixando o centro completamente aberto. Como o celeiro é um edifício tombado, novas aberturas quase não foram permitidas. A luz natural entra principalmente por um grande claraboia que percorre toda a extensão do prédio. Janelas internas maiores que as originais permitem que o tijolo bruto antigo contribua para a atmosfera do interior.
Com exceção do sistema de aquecimento e das janelas, todos os outros passos da reforma foram realizados pelos próprios proprietários, seguindo manuais ilustrados detalhados. Confusões, às vezes lembrando o caos cômico do filme "Uma Semana" de Buster Keaton, faziam parte do processo. No entanto, mesmo com esses desafios, ficou claro que, com tempo e paciência, o resultado final poderia ser bem mais positivo do que o desfecho desastroso do filme. Desde a colocação das primeiras pedras séculos atrás até a fotografia e impressão manual das imagens, o processo foi uma celebração do trabalho artesanal, destacando as imperfeições e rachaduras que o tempo e as mãos humanas deixaram ao longo dos anos.