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Arquitetos: Estudio Herreros
- Ano: 2024
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Fotografias:Cecilia Gil
Descrição enviada pela equipe de projeto. MALBA PUERTOS, o novo posto avançado da instituição capital em Escobar, não é um museu convencional, mas um conjunto de ações arquitetônicas e paisagísticas que pretende construir um centro para a vida artística e cultural da zona norte da Província de Buenos Aires. Em MALBA PUERTOS convergem três interesses inevitáveis para entender o presente: a arte como mecanismo para se fazer perguntas sobre as contradições dos tempos que nos couberam habitar; a fragilidade da natureza como fundamento de nossa relação com o mundo; e a atenção às comunidades cuja história deve ser reescrita, frequentemente ignoradas pelo ambiente mais ortodoxo da cultura.
Diante de tal demanda, a arquitetura do Estudio Herreros, com a cumplicidade de Bulla no paisagismo, FloraEstudio na produção industrial dos equipamentos e Torrado Arquitectos como escritório local, não podia propor um "edifício" com reminiscências urbanas ortodoxamente delimitadas, hierarquizadas, com um percurso bem encadeado; inclusive, a ideia que temos de museu era inadequada para um enclave que quer ser mais um lugar de permanência aleatória do que de visita ordenada. Por isso, Malba Puertos é uma construção transparente, porosa, democrática, que dilui seus limites, na qual se mistura a exibição com o aprendizado, o trabalho de arquivo com as culturas indígenas, o interior com o exterior e, notavelmente, não tem sequer uma porta principal.
MALBA PUERTOS é a sobreposição de três modelos expositivos que extrapolam o museu convencional e que não é comum que compartilhem o projeto: um circuito de esculturas ao ar livre que tenta associar o enclave urbano circundante à arte contemporânea e chamar a atenção para o valor incalculável da reserva natural dos lagos; uma floresta geométrica que emoldura árvores cujos clarões atuam como salas de exposições ao ar livre; e um conjunto de três pavilhões e três praças que formam o coração do projeto, e que merece uma descrição mais detalhada.
Uma grande cobertura de 2.500 m2 repousa sobre três pavilhões que contêm: uma sala de exposições com uma pequena livraria e loja de design (600 m2), um depósito de obras de arte visitável com um espaço pedagógico e um café (500 m2) e um volume totalmente envidraçado que abriga uma instalação escultórica permanente do artista tucumano Gabriel Chaile (350 m2). Os pavilhões são prismas de construção leve com uma estrutura perimetral repetitiva de suportes de aço e partes opacas de painéis de concreto. Sua simplicidade e condição isotrópica, um certo caráter industrial e o esforço por integrar com naturalidade as instalações vistas, diluem a habitual solenidade associada à entrada e ao percurso dos museus.
A grande cobertura é formada por uma retícula de vigas de aço coroada por cúpulas translúcidas que derramam sua luz enigmática em três praças, uma aberta para a cidade, outra para o lago e outra para a natureza, com a vocação de serem lugares expositivos, de permanência e programáveis, desde feiras a performances, passando por cinema ao ar livre, exposições ou festas. A arquitetura cria o espaço e a infraestrutura que torna possível o "multiformato" que se prolonga no corredor natural das "Salas do Bosque", contendo os mencionados três espaços expositivos ao ar livre rodeados de árvores.
O ritual de "visitar" um museu se transforma em "habitar" a ambiguidade do espaço, aberto ou fechado. As crianças e adolescentes são o grupo de maior atenção. Para eles, a arquitetura torna acessível o depósito de arte, geralmente oculto e misterioso, na ideia de que entendem a importância de um fundo artístico que é uma crônica viva de sua própria história; e dispõe-se de um espaço equipado com as tecnologias adequadas para atividades formativas que incluem ações coletivas, projeções, conferências, oficinas, etc., além da programação intensiva dos espaços sob a grande cobertura.
MALBA PUERTOS é um manifesto sobre as instituições do século XXI e de como apoiar-se na capacidade transformadora da arquitetura para expandir as práticas artísticas a todos os grupos sociais, derrubando qualquer elitismo.
