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Arquitetos: Tamouz Architecture & Construction Group
- Área: 4420 m²
- Ano: 2018
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Fotografias:Mohammad Hassan Ettefagh
Desordem/Ordem – Disperso/Compacto– Desorganizado/Organizado – Não ver/Ver – Não visto/Visto – Sombra/Luz – Fechado/Aberto – Envoltório/Espaço. Esses conceitos opostos foram centrais para os desafios enfrentados pelo projeto do edifício administrativo Sarv. Inicialmente encaminhado à equipe em junho de 2017 para aprovação da fachada, o edifício apresentava problemas arquitetônicos peculiares. Era uma estrutura parcialmente construída com 100% de ocupação do terreno, limitando o potencial para luz natural e ventilação a apenas um lado — a fachada sul. Essa restrição influenciou fortemente a abordagem da equipe de projeto, que buscou equilibrar os requisitos funcionais com considerações estéticas e espaciais.
Dada a forma inicial do edifício, ficou claro que a fachada precisava de mais profundidade. Uma superfície simples e plana não seria suficiente. Em vez disso, a fachada precisava evoluir de uma mera "casca" protetora para um espaço intermediário que não apenas emoldurasse o edifício, mas também interagisse ativamente com seu entorno. O lado sul apresentava um desafio complexo: precisava ser semiaberto, permitindo que a luz natural penetrasse profundamente no interior enquanto protegia o espaço da luz solar direta e intensa. Além disso, tinha que encontrar um equilíbrio entre abertura e privacidade — transparente o suficiente para conectar o edifício ao mundo exterior, mas fechado o suficiente para proporcionar uma sensação de acolhimento e segurança. Essa dualidade era fundamental: um espaço que pudesse "ver" o exterior, mas permanecer "não visto" desde dentro, criando uma interação dinâmica entre o interior e o exterior.
Para isso, o limite entre o edifício e a cidade foi definido por duas camadas distintas. A primeira, mais próxima do interior, consistia em grandes janelas transparentes que permitiam que a luz natural inundasse o espaço, aumentando a visibilidade e a abertura. A segunda camada externa era semitransparente, composta por guarda-corpos de madeira e floreiras de aço, formando uma tela permeável. Essa camada externa agia como um filtro, regulando a luz e o fluxo de ar enquanto proporcionava uma sensação de privacidade para os ocupantes. O espaço entre essas duas camadas tornou-se uma zona ativa — parcialmente aberta, servindo tanto a propósitos funcionais quanto estéticos, e suavizando a transição entre o edifício e seu ambiente urbano.
Essa linguagem de design foi estendida para o telhado, continuando o conceito de transparência e semi-transparência. O telhado não era apenas um espaço funcional, mas uma parte importante na interação do edifício com a cidade, oferecendo vistas, luz e ar, mantendo um grau de isolamento.
A cuidadosa organização da fachada e do telhado se estendeu ao design interior do edifício. A disposição das zonas de serviço, áreas comuns e sistemas mecânicos e elétricos seguiu os mesmos princípios de camadas, abertura e interação controlada com o ambiente. Cada elemento foi deliberadamente integrado para criar um todo coeso — uma resposta arquitetônica que equilibra contrastes e reconcilia forças opostas dentro de um desenho unificado.