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Arquitetos: GWJ Architektur AG
- Área: 10958 m²
- Ano: 2024
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Fotografias:Damian Poffet, Susanne Goldschmid
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Fabricantes: Forbo Flooring, Louis Poulsen
"Huebergass": como inclusão, acessibilidade e sustentabilidade podem caminhar juntas - Desenvolvido em um processo colaborativo, o empreendimento residencial Huebergass und Stadtteilpark Holligen (Rua Hueber e Parque do Distrito de Holligen), localizado em Berna, na Suíça, se destaca por seus inúmeros aspectos sustentáveis. Recentemente, o projeto foi-lhe atribuído o prémio UIA 2030, reforçando sua relevância internacional.
O Huebergass, em Berna, já atende, em muitos aspectos, às metas de sustentabilidade definidas pela ONU. Apresentado ao lado de outros três projetos suíços, o empreendimento, com mais de cem apartamentos ocupados há dois anos, já permite avaliar como suas metas ambiciosas foram atingidas. Desenvolvido em um processo colaborativo, o projeto reuniu o escritório GWJ Architektur (Berna), os paisagistas da ORT für Landschaftsarchitektur (Zurique) e o parceiro social Martin Beutler (Soziale Plastik, Berna), em parceria com a cooperativa "Wir sind Stadtgarten".
Em Berna, como em muitas outras cidades, a escassez de moradias acessíveis é uma realidade. Para enfrentar esse desafio, a prefeitura destinou uma área de jardins de seu banco de terras para um projeto residencial integrado a um parque. O novo empreendimento, localizado no bairro de Holligen, deveria atender a critérios sociais, ecológicos e econômicos de sustentabilidade, promovendo a diversidade, diferentes estilos de vida e a convivência comunitária. Antes mesmo do planejamento das estruturas, conceitos para alcançar essas metas já estavam em desenvolvimento. Um concurso definiu a equipe de planejamento, que, por meio de um processo participativo abrangente e integrado, trabalhou na concepção conjunta do planejamento urbano, dos espaços abertos e da arquitetura como um todo coeso.
Comunicativo e vizinho - O projeto resultou em um conjunto habitacional com seis unidades que, junto com o parque do distrito, se integra ao entorno existente, conectando planejamento urbano, arquitetura e composição social, enquanto também o transforma. Ao norte, três estruturas lineares e permeáveis consolidam o tecido urbano e se conectam aos edifícios vizinhos. Ao sul, as três unidades se abrem para o parque. O elemento central que une todo o conjunto é uma tipologia conhecida: uma passagem entre os edifícios. Essa passagem atua como o eixo vital do projeto, organizando as áreas comuns e privadas e tornando-se o ponto de encontro onde caminhos se cruzam e interações acontecem.
A passagem proporciona acesso tanto aos apartamentos quanto às áreas comuns, como o café comunitário, o salão de festas, a lavanderia e os ateliês. As varandas, construídas em madeira e alinhadas ao longo da passagem, combinam escadas e varandas privadas, promovendo uma comunicação aberta logo que os moradores saem de seus apartamentos. O objetivo principal foi integrar o novo projeto ao bairro existente, criando limiares e áreas de transição que conectam o interior e o exterior, os diferentes blocos, os jardins e o entorno.
Compacto e suficiente - O consumo de energia foi reduzido, e toda a área útil dos edifícios foi dedicada a espaços habitáveis ao posicionar as onze escadas de acesso às 103 unidades residenciais na frente das estruturas. Todos os apartamentos são de dois aspectos, o que melhora o clima interno, a iluminação e o conforto. A maioria dos apartamentos possui dois ou três quartos, mas também há unidades menores e um apartamento coletivo com até seis quartos. Todos os cômodos têm o mesmo tamanho, permitindo flexibilidade no uso conforme as necessidades e estilos de vida dos moradores. Além disso, há quartos de hóspedes, "joker rooms" e áreas comuns à disposição. Em vez dos habituais 45 m² por pessoa, os cômodos aqui têm 25 m², o que torna possível oferecer os apartamentos com aluguel acessível, abaixo do valor original por metro quadrado previsto pela autoridade local. A simplicidade e clareza das estruturas, os volumes compactos em relação à área útil, porões reduzidos, a escolha de materiais simples e a repetição de elementos estruturais, como janelas e portas, também foram determinantes para tornar isso viável.
O aluguel inclui o uso das áreas comuns e um serviço de mobilidade fornecido pela "bernmobil". Além disso, uma oferta especial de carsharing e um fundo de mobilidade garantem que o Huebergass, livre de carros, mantenha um ritmo mais tranquilo e promova uma mobilidade sustentável e ambientalmente amigável.
Biodiversidade e diversidade social - O parque, acessível ao público, faz parte do bairro e oferece um espaço aberto que atende às diversas necessidades da comunidade. Além disso, há áreas de terreno baldio onde a vegetação cresce de forma espontânea, criando amplos espaços de retenção e mantendo o mínimo de solo impermeabilizado. A vasta quantidade de árvores e a avenida de plátanos ao redor da antiga área de jardins foram preservadas. O design final das áreas externas foi decidido por meio de um processo participativo, inicialmente moderado por um jardineiro urbano, que incentivou as iniciativas dos moradores. Experimentos em uma área de "pré-parque" foram incorporados ao projeto final, resultando em um parque gerido de forma colaborativa. Assim, o parque do bairro se transformou em um "parque de aprendizado", com o engajamento da comunidade continuando a crescer neste desenvolvimento dinâmico e além dele.
