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Arquitetos: Invisible Studio
- Ano: 2024
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Fotografias:Jim Stephenson, Piers Taylor
Descrição enviada pela equipe de projeto. O Invisible Studio projetou um refúgio rural funcional e integrado ao clima do campo grego – A Casa no Bosque de Oliveiras, criada por Piers Taylor para sua família, combina materiais locais e uma estética minimalista e rústica. O design prioriza a flexibilidade para adaptações futuras, atendendo às necessidades essenciais de abrigo, sombra, descanso e convivência.
Taylor visita essa região da Grécia desde os anos 1970 e buscou inspiração na tradição local de construir estruturas simples com os materiais disponíveis. A ilha, marcada pela agricultura de pequena escala, reflete uma abordagem despretensiosa, contrastando com a tendência de controle rígido no design e na construção. O projeto também foi influenciado por Glenn Murcutt, cujo trabalho integra arquitetura ao clima e à paisagem de forma harmônica.
A casa está localizada em uma zona de risco sísmico e de incêndios, onde os recursos para construção são limitados, exceto pelo concreto armado com agregado de calcário local, refletindo a habilidade tradicional da região na confecção de formas. O volume principal abriga cômodos simples, todos em concreto, incluindo paredes, pisos, tetos, a cozinha e alguns móveis. No topo, um amplo espaço de convivência sombreado é protegido por um telhado de chapas onduladas, sustentado por treliças de barras de reforço com óxido vermelho, aproveitando novamente os materiais e técnicas locais. A construção dispensa vidro, utilizando telas deslizantes de malha galvanizada, telas contra insetos e cortinas de plástico. Os materiais foram escolhidos, em grande parte, com base no que estava disponível na loja de ferragens da vila. Sem portões, cercas ou interferências na paisagem, a casa adota uma estética funcional que se afasta de qualquer pretensão de "Arquitetura" no sentido tradicional.
Piers Taylor, diretor do Invisible Studio, explicou: "Quis criar uma casa onde os 'erros' fossem parte visível, refletindo os processos e decisões dos moradores que a construíram. A organização das formas pode parecer excêntrica, mas segue uma lógica própria, baseada nos materiais disponíveis e na sequência de trabalho adotada. O objetivo foi criar uma construção profundamente conectada aos materiais, técnicas e recursos de uma pequena ilha grega, em contraste com a perda de identidade causada pelas construções genéricas e padronizadas dos últimos 50 anos. Com a Casa em um Bosque de Oliveiras, vi a oportunidade de desenvolver uma arquitetura que valoriza o comum, o cotidiano e o local, elementos frequentemente ignorados em favor de vilas mediterrâneas genéricas com telhados de cerâmica, paredes de gesso bege e pisos de mármore, em um contexto rico em especificidade e autenticidade."