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Arquitetos: Arnaldo + João Pimentel Barbosa
- Área: 2420 m²
- Ano: 2024
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Fotografias:João Morgado
Descrição enviada pela equipe de projeto. Criado em 2018, MWC – Menin Wine Company, em Gouvinhas, no Douro, local ideal para executar a construção de um edifício para centro de vinificação a implantar próximo do núcleo habitacional existente na Quinta. O edifício, que vinifica apenas o vinho ali produzido, está subdividido em três áreas, recepção de uvas, vinificação e armazém de barricas, fazendo ainda parte deste edifício instalações para o pessoal e salas de prova e laboratório.
A adega foi desenvolvida por forma a aproveitar integralmente a gravidade no transbordo do vinho nos diversos estados de fabrico. Assim, a recepção de uvas é feita à cota mais alta do terreno existente, e, aproveitando a topografia, a saída do produto acabado processa-se a uma cota substancialmente inferior, de forma desafogada e à cota de um caminho.
A implantação do edifício, foi feita a uma cota que implica que o seu piso 0 fique em subsolo, propositadamente enterrado para que se beneficie das condições térmicas que a solução permite, já que se destina, como se referiu, ao armazenamento e envelhecimento de vinho em cascos de madeira. Esta solução também anula o impacto visual que teria a construção totalmente emergente do terreno, apenas emergindo do terreno, parcialmente o piso 1, e a zona da recepção, que pela sua reduzida dimensão não perturbam a sintonia com a paisagem envolvente.
O edifício é composto por diversas áreas, correspondentes às exigências de funcionamento, fabrico e armazenamento/estágio do vinho. Fazendo o circuito deste, imediatamente a seguir à recepção, posicionada inferiormente, existe a área de vinificação constituída por duas zonas – lagares e cubas de vinificação. Estas duas áreas processam-se a cotas diferenciadas, pelas razões de gravidade já referidas e também pelas características de atravancamento do equipamento a instalar. Numa área adjacente aos lagares, mas a uma cota inferior, situa-se a área de vinificação, armazenamento e “stockagem” em cubas, e zona de prensagem de bagaços. Inferiormente ainda, um armazém para estágio de barricas (vinho de consumo), e para balseiros e tonéis para o envelhecimento e estágio (vinho do Porto).
Aos diversos pisos acede-se por uma escada cuja implantação centralizada permite a redução e racionalização dos circuitos; esta escada prolonga-se até à recepção. No piso inferior, à cota dos lagares, um gabinete, o laboratório e uma sala de provas. Por baixo deste, as instalações sanitárias, uma sala/refeitório e sala destinada a posto de primeiros socorros. Exteriormente, foi preocupação do projecto minimizar o impacto volumétrico da construção, numa paisagem tão única como a do Douro. Para tal, a imagem exterior, depende muito dos materiais de acabamento utilizados. O betão aparente com pigmento semelhante à cor da borra do vinho e das folhas da vinha no outono, a alvenaria de xisto da região, juntamente com a madeira, sempre presente numa adega foram os materiais escolhidos para a composição deste edifício.