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Arquitetos: Biome Environmental Solutions
- Área: 1523 m²
- Ano: 2023
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Fotografias:Link Studio
Descrição enviada pela equipe de projeto. A Escola Sai Kirupa oferece educação especializada e treinamento vocacional para crianças e jovens adultos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e outras dificuldades de aprendizagem. Para seu novo campus em Tirupur, a escola imaginou um centro focado no desenvolvimento holístico dos alunos, promovendo a independência e a autossuficiência. O design do campus reflete uma resposta cuidadosa às diversas necessidades de seus usuários, criando um ambiente que nutre o crescimento. Como a escola opera sob um fundo de caridade, o financiamento de doadores desempenha um papel fundamental na realização do projeto. Como resultado, o projeto precisava ser flexível para permitir a construção faseada, dependendo do financiamento.
O desenho do edifício em dois andares cria zonas funcionais distintas para vários usos, permitindo a construção em fases e a rápida operacionalização de cada uma delas. O térreo abriga a escola diurna e foi concluído em três fases. O uso de juntas de dilatação estrutural facilitou essas fases, com cada seção tornando-se funcional assim que foi completada. Essa abordagem faseada permitiu o feedback dos usuários, permitindo que o projeto fosse ajustado com base na experiência da vida real. O primeiro andar compreende dormitórios e salas de aula para alunos com necessidades de menor dependência. Isso foi realizado na próxima fase.
Respondendo ao clima, a disposição e a orientação do edifício foram projetadas para maximizar as fachadas norte e sul, onde a entrada de calor solar direto é reduzida por meio de sombreamento simples. O plano retangular foi utilizado para criar um design claro e legível para seus usuários. Organizado em torno de um espaço aberto central, o edifício é dividido em alas norte e sul. Uma ponte central entre as duas alas cria dois pequenos pátios e também serve como um palco para o pátio frontal, que funciona como um pequeno anfiteatro, com fácil acesso para os visitantes. O maior pátio posterior oferece espaços de brincadeira e terapia ao ar livre para os alunos.
Da mesma forma, os escritórios administrativos estão localizados perto da entrada, com acesso direto. As áreas mais privadas —salas de aula, salas de terapia e espaços para cuidadores—estão posicionadas mais internamente no edifício.
Em cada nível, espaços de transição são incorporados de acordo com as necessidades sensoriais dos alunos. Os corredores proporcionam uma transição do pátio aberto para o interior, ao mesmo tempo em que se tornam uma borda com bancos para participação indireta nas atividades e brincadeiras. O longo corredor se divide em halls menores na entrada de cada sala de aula, criando pontos de pausa e fornecendo armazenamento estratégico para mochilas, calçados, etc.
A ala norte contém unidades autossuficientes com oito salas de aula cada, projetadas para atender tanto às necessidades acadêmicas quanto às de cuidados pessoais. Como muitos alunos com TEA necessitam de treinamento para uso do banheiro, cada unidade de sala de aula inclui um banheiro com espaços adjacentes para troca e limpeza. As paredes com orifícios nessas áreas garantem ampla luz e ventilação, mantendo a privacidade das crianças. A ala sul abriga salas de terapia maiores e um refeitório, apoiando as necessidades de desenvolvimento dos alunos.
Caminhos por todo o edifício são enriquecidos com elementos de design experiencial, incluindo inserções de azulejos coloridos que servem como sinais visuais, incentivando o movimento e o desenvolvimento de habilidades motoras. Essas inserções de piso ao longo do corredor incentivam os alunos a pular e correr, aprimorando tanto o crescimento físico quanto cognitivo. Na entrada de cada sala de aula, vibrantes pontos de pausa em padrão Tangram são combinados com bancos em arco invertido revestidos de azulejos, criando marcos memoráveis que ajudam na legibilidade do espaço, por meio de um esquema de cores distinto.
No severo clima de Tiruppur, ambos os pátios estão cobertos com tecido tensionado, para proporcionar espaços abertos confortáveis para brincadeiras e reuniões. O pátio posterior é projetado para fomentar tanto brincadeiras estruturadas quanto não estruturadas, com caminhos sensoriais e elementos paisagísticos que estimulam os sentidos dos alunos de forma calma. Uma ponte sobre um pequeno lago promove o equilíbrio por meio da brincadeira, enquanto áreas para atividades em grupo e individuais incentivam a interação flexível. Equipamentos de brincadeira tradicionais, como balanços e escorregadores, complementam as características sensoriais.
A escolha de materiais e detalhes estruturais responde às condições do solo local e aos requisitos sísmicos. Pedras e rochas encontradas no local são usadas para a fundação, enquanto o solo arenoso é utilizado para fazer blocos de adobe feitos à mão. A alvenaria exposta desses blocos cria uma paleta suave e terrosa que oferece uma experiência visual tranquila. A textura áspera das paredes, combinada com o teto em arco ondulante, ajuda a reduzir o ruído ambiente, proporcionando um ambiente calmo e amigável para os alunos.
A atenção aos detalhes da equipe de execução foi fundamental para incorporar muitas características finas previstas no projeto, a fim de criar uma experiência verdadeiramente holística na escola.