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Arquitetos: Renata Lovro Arquitetura
- Área: 170 m²
- Ano: 2023
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Fotografias:Ana Helena Lima
Descrição enviada pela equipe de projeto. Ao ser adquirida por uma família, a residência geminada na Vila Leopoldina mantinha as características originais do imóvel e refletia grande parte da personalidade do bairro, um dos mais antigos de São Paulo e retrato da memória industrial e ferroviária de tempos atrás na capital. Quando contratado, o escritório Renata Lovro Arquitetura teve como principal desafio, a pedido de seus clientes, contextualizar os espaços para os dias de hoje e também para a realidade de uma família com filhos e que gosta de abrir as portas para os amigos.
Estruturalmente, a grande transformação foi a conexão entre sala de jantar e cozinha, juntando visualmente convidados e cozinheiros, muitas vezes, os próprios donos da casa, que adoram programas voltados para a gastronomia. O novo layout da cozinha, com "bancada em L", forno e cooktop, tem vista para o corredor lateral, onde foi plantada uma horta urbana, fonte de ingredientes e temperos presentes nos almoços e jantares da família, que acontecem na mesa de jantar ou mesmo na própria bancada, com capacidade para até quatro pessoas.
Para que a obra fosse viável, foi necessária a demolição de uma parede que dividia os dois ambientes e a introdução de um pórtico metálico, já que a casa não havia sido construída com pilares e vigas. Com esse reforço, nasceu uma área mais ampla e conectada, aproximando espaço interno e externo, com chuveiro ao ar livre. Também na parte de fora da casa, a garagem foi repensada, principalmente em sua utilização. Em uma dia mais agitado, uma nova área de estar é adaptada no ambiente, que tem fácil acesso e integração com os ambientes internos do imóvel. O armário de gás na garagem é em chapa perfurada, garantindo a ventilação necessária, mas mantendo os elementos internos visualmente separados.
A parte social foi modernizada respeitando o seu entorno. Diversos elementos foram redesenhados, com destaque para as janelas, todas trocadas e pintadas de vermelho, evidenciando os pontos de intervenção e simbolizando a receptividade e abertura para as influências vindas de fora, a entrada da luz. No segundo andar, algumas características originais do imóvel foram mantidas, como um vitral quase secular, fazendo com que a identidade do bairro fosse preservada e perpetuada pelos novos moradores. As mudanças vieram para pontuar a personalidade da nova família que ali passaria a residir.
O pavimento superior conta com dois quartos e dois banheiros, para os pais e para os filhos. A área infantil conta com quarto de brinquedos, banheiro e quarto de dormir com vista para o pátio posterior. Atravessando o corredor para a área dos adultos, o cômodo do casal tem janela ampla para a rua, com bastante iluminação natural durante boa parte do dia. O banheiro principal é mais um ponto de encontro, já que foi equipado com uma banheira de alvenaria revestida por microcimento terracota capaz de comportar a família toda. A luz natural no banheiro do casal era muito limitada, por conta disso, as pequenas janelas foram substituídas por uma grande alinhada com a banheira, possibilitando mais ventilação e iluminação. As bancadas, tanto dos banheiros quanto da cozinha, são em ardósia, garantindo assim uma identidade visual característica a casa, que é reforçada pelos elementos de serralheria como as janelas, a porta do gás e a porta de entrada lateral, todos eles pintados em vermelho. A escolha da marcenaria foi em compensado naval, com toques de cor que vêm através da fórmica verde pastel.