-
Arquitetos: Atelier Tequi Architects
- Área: 10926 m²
- Ano: 2024
-
Fotografias:Florent Michel – 11h45
-
Fabricantes: KEIM, Knauf, Millet, OberSurfaces, Piveteau bois
Descrição enviada pela equipe de projeto. A nova Maison des Compagnons du Devoir et du Tour de France está localizada no bairro em transformação de Jallère, ao norte da cidade de Bordeaux, em um contexto arborizado. O local foi ocupado por escritórios administrativos da Assedic du Sud-Ouest, construídos em 1978 por Raymond Mothe, arquiteto do Conservatório Jacques Thibaud e do terminal do aeroporto de Bordeaux.
O projeto: três volumes, dois edifícios. O edifício central é preservado e reestruturado para abrigar a recepção e administração, composto por escritórios e espaços de coworking. Um pátio central é criado para contribuir com a entrada de luz no coração do edifício. Além disso, alguns dos quartos do centro de acomodação estão posicionados nos dois andares superiores.
A nova extensão substitui a parte sul e inclui, no térreo, os espaços comuns de convivência (cafeteria, cozinha, refeitório) e os ateliês de formação para os ofícios de alimentação, panificação e confeitaria. O restante dos quartos está localizado nos quatro andares superiores, conectados ao edifício existente por passarelas de vidro acima do saguão.
O novo edifício de oficinas está localizado na extremidade nordeste do terreno, a fim de formar uma fachada marcante ao longo da Avenida de la Jallère e tornar seu acesso mais independente. Ele consiste em uma sala de conferências e ateliês de formação de pé-direito duplo no térreo, além de salas de aula no mezanino. A cobertura remete à forma de um galpão, numa referência à imagem da fábrica na era industrial, enquanto as claraboias proporcionam luz abundante, permitindo condições de trabalho confortáveis.
O paisagismo dos dois hectares do terreno permite a criação de hortas, um estádio municipal, um parque arborizado, bem como caminhos que levam à praça de entrada.
Valorizando o existente. A intervenção neste local apresenta como pré-requisito a elaboração de um projeto que incorpora o "existente", reutilizando o máximo possível as estruturas, enquanto estabelece a continuidade com os novos volumes construídos.
Dessa forma, a envoltória do edifício preservado é composta por grandes painéis de concreto pré-fabricados, desenhando uma estrutura sistemática que é destacada pela estreitas seções de concreto.
O preenchimento é, portanto, removido e substituído por uma alternância de painéis de madeira, compostos por ripas no lado visível e caixilhos de madeira da mesma dimensão.
A presença da madeira. As fachadas da nova extensão são construídas utilizando estrutura de madeira revestida com painéis também de madeira em ripas verticais. Essas peças de madeira maciça ecoam a própria estrutura de concreto do edifício existente.
Os mesmos materiais são utilizados na fachada do novo edifício de oficinas, qualificando ainda mais este bloco dedicado ao trabalho manual e à aprendizagem.
O revestimento vertical de madeira em ripas é utilizado na parte superior do volume, fundindo-se harmoniosamente à vegetação circundante, enquanto a base de concreto possibilita padronizar todos os volumes do projeto. A madeira aquece a cor clara do concreto e combina com o entorno verde do local.