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Arquitetos: Not A Studio
- Área: 1500 m²
- Ano: 2024
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Fotografias:Y³ STUDIO, Qinfang Liao
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Fabricantes: Nippon
Fornecer abrigo para os moradores da comunidade todos os dias e noites. O conceito de projeto da "Sala de Estar da Aldeia Dawu" é inspirado nas sombras das árvores banyan (figueira-de-bengala). O espaço original era composto por um pátio quadrado com uma edificação escolar de dois andares e um volume de um andar com salas auxiliares para professores na lateral. Todo o complexo escolar estava situado sob a imponente copa de uma árvore banyan de 300 anos. "Ao conhecer essa árvore, percebemos que ela inspirava os moradores da aldeia, que costumavam se reunir sob sua sombra para diversas atividades, como conversar, comer, beber chá e desfrutar da brisa natural. Esta árvore se tornou a alma da interação social da comunidade. Portanto, a ideia central da reforma é abrir todo o pátio, simulando a enorme sombra de uma árvore", disse Gu Yi.
O espaço começa a partir da árvore de 300 anos e se estende para fora ao desmontar algumas paredes e regenerá-las em estruturas de aço e madeira para construir um centro comunitário sem fronteiras. Seguindo essa filosofia de projeto, o arquiteto reorganizou o espaço de ensino de dois andares, demolindo os banheiros públicos próximos ao rio e as salas auxiliares em corredores. Uma curva interessante se estende da plataforma do primeiro nível para se conectar ao segundo, criando um espaço tridimensional que lembra uma arquibancada e proporciona uma experiência de performance para as pessoas sentadas sob a árvore.
Um diálogo entre o antigo e o novo, um pensamento para os traços do tempo. Outro destaque do projeto é a coexistência de elementos novos e antigos, intercalados em uma estrutura e forma completamente novas. O arquiteto preservou a placa do "Edifício de Ensino Songchang", que resistiu ao tempo por 40 anos, assim como uma parede de tijolos com pinturas feitas pelas crianças e uma porta de madeira verde. Localizada próxima ao mar, Chaozhou utiliza uma técnica de construção única na região: os revestimentos das paredes são feitos com uma mistura de conchas em pó e areia, compactadas em peças. Ao construir um novo sistema de portas e janelas feito de pedra lavada, o desenvolvimento dos materiais também seguiu as tradições locais. Ao mesmo tempo, objetos antigos como placas de nome, entalhes em madeira e pilares de pedra foram preservados para destacar a importância da preservação e sustentabilidade na nova arquitetura. Por meio esse método, o arquiteto presta homenagem ao sistema tradicional embutido na cultura de Chaozhou, que enfatiza a importância do patrimônio cultural.
Seja no primeiro ou segundo andar, janelas de madeira tradicionais e uma grande quantidade de móveis de madeira foram introduzidos para criar uma atmosfera acolhedora e refletir a apreciação de Chaozhou pelo artesanato e a natureza como uma cidade que herda o patrimônio cultural imaterial.
À distância, este parece ser um volume recém-construído. No entanto, ao entrarem, os moradores da comunidade perceberão uma sensação de familiaridade, refletida em diversos detalhes cuidadosamente planejados.
Deixe o sol brilhar todos os dias, deixe a "sombra" entrar suavemente na vida diária dos moradores da comunidade. Construir a "sombra de árvore" que parece leve e suporta carga não é fácil. A extensão total é de quase 20 metros sem um único pilar exposto. No final, a estrutura foi concluída com uma escala de 22 centímetros, criando um ponto de destaque para o projeto. "Este deve ser considerado o projeto mais difícil em que já trabalhei", afirmou Wang Jin, da equipe de estrutura.
O edifício escolar selado pelo tempo foi aberto e renovado com detalhes genuínos pela equipe de Gu Yi. Moradores de Dawu ou visitantes se reúnem em uma arquitetura multifuncional para todos. O primeiro nível é planejado com corredor, teatro, oficina de artesanato e cozinha compartilhada, enquanto a sala de estudo, o salão de chá e um espaço dedicado à experiências de patrimônio cultural estão localizados no segundo andar. As crianças estudam e brincam no local após a escola, enquanto os pais podem tomar chá. Os idosos passam tempo juntos enquanto as tias que gostam de cantar Ópera Chao podem ensaiar. Durante festivais e feriados, todos se reúnem aqui para venerar os ancestrais, dançar e cantar.
O centro comunitário da Aldeia Dawu, sob a árvore banyan, serve como espaço público da cidade. Os moradores podem desfrutar das atividades de lazer fora de suas casas aqui. Ao mesmo tempo, ele também pode se tornar um espaço cerimonial para receber e entreter convidados.
Os arquitetos buscaram projetar um espaço aberto e inclusivo. O volume renovado não deve ser definido e pode atender a diversas necessidades, aplicável a qualquer cenário. "Você não precisa encontrar deliberadamente técnicas de projeto, o que você experimenta no final é apenas a intenção original de um arquiteto." Este é uma edificação para a comunidade e realmente acomoda suas atividades diárias, acompanhadas pela brisa, luz do sol e até mesmo a chuva de todos os dias.