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Arquitetos: Christian Kerez
- Ano: 2023
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Fotografias:Maxime Delvaux
Descrição enviada pela equipe de projeto. Os edifícios garagem no centro histórico da cidade de Muharraq fazem parte do projeto "Pearl Path" do Ministério da Cultura do Barein. Este programa combina a renovação de residências tradicionais e projetos contemporâneos, como o pavilhão para a Expo Mundial de Anne Holtrop, um centro de visitantes de Valerio Olgiati e uma série de praças urbanas projetadas por OFFICE. Os estacionamentos cobrem e multiplicam os grandes vazios abertos na densa estrutura urbana medieval de Muharraq. Eles criam, acima de tudo, um espaço para o público que também pode ser utilizado para oração, eventos ou feiras. Muitas pessoas visitarão os edifícios não apenas para estacionar seus carros, mas também para vivenciar os espaços em constante mudança. As instalações de estacionamento consistem em quatro edifícios com uma superfície total de 45.000 m2. Eles seguem os mesmos princípios de design de quatro maneiras diferentes em quatro terrenos distintos. As lajes desses edifícios se curvam e inclinam, fundindo-se umas às outras de modo que também servem como rampas conectando um nível ao outro. As lajes criam uma experiência espacial distinta ao serem movidas para cima ou para baixo através de sua transformação geométrica de côncava para convexa, alta e baixa, em espaços que se expandem para o interior ou para o exterior do edifício. O movimento dos carros cria um espaço em constante mudança ao longo de todo o edifício.
Terreno D - Este é o menor dos quatro estacionamentos, mas como também é o mais exposto, possui a expressão escultural vertical mais distinta. Além disso, por ser o mais desafiador de organizar, este pequeno terreno foi utilizado como modelo para os outros edifícios garagem que seriam projetados posteriormente. A estrutura de sustentação exposta dos estacionamentos consiste apenas em lajes e pilares. O reforço para sustentar cargas horizontais, como ventos ou terremotos, é alcançado através da conexão de uma laje a outra. Os pilares compostos medem entre 25 e 30 centímetros. O vão de aproximadamente 10 metros produziu forças de punção muito altas nas lajes. Placas de aço metálico dobradas na parte inferior e superior de cada pilar pré-fabricado conectam as grandes lajes com os elementos estruturais verticais. As escadas e os shafts de elevadores estão totalmente expostos, sendo estes últimos cobertos com uma película transparente de PVC. As escadas funcionam como molas entre as lajes. Devido às diferenças de altura do edifício entre 220 e 480 cm, a localização do patamar muda de um nível para o outro. As escadas circulares tiveram que ser muito leves para evitar cargas desiguais dentro da estrutura de suporte.
Nenhuma laje é idêntica, criando uma diversidade infinita de espaços. A moldagem foi baseada em produtos industriais convencionais, como torres de andaime. Pouco das fôrmas esculturais é realmente personalizado. As superfícies em constante mudança tornaram necessário desenhar 75.000 seções na escala 1:20, o que foi feito através de programação. Essas seções foram posteriormente impressas em escala 1:1 para cortar o último elemento da fôrma no local. A grande força de trabalho geralmente necessária em canteiros de obras no Oriente Médio também foi fundamental aqui, além das possibilidades contemporâneas de computação para criar uma geometria infinitamente variada. O projeto só se tornou viável graças à união de ambas.
