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Arquitetos: Román Bauer Arquitectos
- Área: 79 m²
- Ano: 2024
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Fotografias:Eleazar Cuadros, Román Bauer Arquitectos

Descrição enviada pela equipe de projeto. Museíto é uma estrutura modular, portátil e itinerante de madeira, construída em dezembro de 2024 para abrigar os trabalhos vencedores da Bienal Iberoamericana de Arquitetura e Urbanismo CLIMAS, na praça externa do LUM em Lima. Este projeto começou em 2013, quando o gabinete de cultura da Prefeitura de Lima encomendou o projeto de uma estrutura para uma exposição itinerante que seria instalada em diversas huacas (monumentos arqueológicos ou estruturas de importância histórica e cultural) da cidade.



A solicitação era criar um espaço que proporcionasse interioridade e abrigo para desfrutar da exposição com calma, ao mesmo tempo em que estabelecesse uma relação visual com o sítio arqueológico, também objeto da mostra. Além disso, buscava-se ativar essas huacas, na sua maioria abandonadas, como um espaço público de encontro para os vizinhos. A estrutura deveria ser de fácil montagem, permitindo que duas pessoas a instalassem em um único dia, com um orçamento limitado e dimensões que possibilitassem seu transporte em um pequeno caminhão municipal.


O principal desafio era criar um espaço que oferecesse proteção e conforto para observar as exposições sem afetar o contexto arqueológico. Foram consideradas diversas opções, como elementos planos para paredes e tetos, mas resultaram inadequadas devido à limitação de espaço. Após revisar os requisitos, concluiu-se que não era necessário construir um volume fechado, mas sim algo mais simples e eficiente. Inspirados nas estruturas dos caçadores-coletadores pré-cerâmicos, como os quebra-ventos feitos de paus e galhos, optou-se por um design de plano único e diagonal, capaz de oferecer proteção contra sol, vento e chuva, sem comprometer a conexão visual com o entorno.


A estrutura foi concebida com um esqueleto de aço de tubo quadrado, devido à sua resistência e leveza, o que permitia que apenas duas pessoas pudessem transportá-la. O fechamento em compensado fenólico foi selecionado por sua durabilidade e capacidade de resistir aos impactos do montante e transporte. Os módulos foram projetados a partir do tamanho padrão do compensado e dispostos de maneira radial para criar um espaço central aberto para os restos arqueológicos. A forma semicircular da estrutura permitia manter uma conexão visual com o entorno sem isolar o espaço.



A estrutura pode ser totalmente fechada à noite ou modificar a posição do teto diagonal para horizontal nos meses com maior exposição solar, proporcionando mais sombra.

A proposta inicial consistia em 10 módulos de 2,4 metros de largura, com a possibilidade de adicionar ou remover módulos conforme as necessidades. A forma semicircular evocava uma duna artificial que despertava curiosidade sobre o que ocultava. Ao entrar, os visitantes encontravam um espaço alto e colorido que contrastava com a huaca onde estava instalado. A estrutura repousa sobre poucos pontos para evitar uma intervenção no terreno arqueológico e não requerer nivelamento. Para a Bienal de Arquitetura e Urbanismo, a estrutura foi reduzida a 9 módulos, e todos os elementos foram fabricados completamente em madeira huayruro.

Apesar de seu design inovador, o projeto foi suspenso em 2013 devido à falta de orçamento. No entanto, onze anos depois, o interesse pelo Museítio ressurgiu e a estrutura foi finalmente construída para a Bienal, com a intenção de que, após o evento, passasse ao Ministério da Cultura para iniciar seu percurso pelas huacas com a exposição original.
