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Arquitetos: Matharoo Associates
- Área: 1280 m²
- Ano: 2021
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Fotografias:Dinesh Mehta, Edmund Sumner
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Fabricantes: ARTIZE, Architectural Lighting Works, Cooline, Daikin, Dercora, Jaquar, Maruti Hardware, Mufaddal Glass Creation, Nolte, Vago Forniture, Vitrum
Descrição enviada pela equipe de projeto. Além da pujante indústria de diamantes e têxteis, outros setores recentes, como petróleo, transporte marítimo e metalurgia, impulsionaram o rápido crescimento de Surat, transformando-a em uma metrópole extensa e vibrante, uma das mais ricas do país.
A apenas 20 km dessa agitação urbana, encontra-se a tranquila cidade costeira de Dumas. Outrora marcada por seus numerosos havelis (mansões) dos Nawabs (nobres), Dumas atrai agora moradores da cidade em busca de paz. O terreno para a residência de um casal de joalheiros e seu filho situa-se a poucos minutos da costa, e uma leve elevação sobre os palmiteiros garante vistas deslumbrantes do Mar Arábico. A descoberta de um antigo baori (poço de água doce) no local, uma raridade em regiões costeiras, inspirou a integração simbólica dessas duas águas, conduzindo o conceito central do projeto.
O planejamento dos espaços foi condicionado pelas rigorosas diretrizes do Vaastu, um conjunto de princípios tradicionais da arquitetura indiana, frequentemente enraizados em crenças e desafiadores da lógica racional e contextual. O Vaastu prescreve localizações fixas para diversos espaços e elementos, seguindo as direções cardeais – incluindo a entrada, corpos d'água, cozinha, cada quarto e até mesmo a orientação das camas e dos lavabos.
Fragmentos do passado são reinterpretados em um muro de pedra que envolve a casa, erguido junto à rua para criar uma barreira visual e sonora, e aberto para a serenidade interna do terreno. Sobre essa base robusta de pedra, tubos delgados de concreto se empilham, projetando-se para dentro e para fora, emoldurando as vistas da vasta paisagem circundante. Essa interação cria um vazio interno que se torna o protagonista – um volume sinuoso que se contrai e dilata, interligando os cinco andares em um fluxo contínuo.
Enquanto cada tubo nos andares superiores abriga suítes privativas para os membros da família, os espaços comuns da casa, como as áreas de estar, o templo, o vestíbulo de entrada, a cozinha e as dependências de serviço, se aninham sob eles. As áreas de estar familiar e social, juntamente com a sala de jantar, se abrem para uma varanda semiaberta no canto da casa, adjacente à piscina e ao jardim. Com o espaço de estar do quarto principal e o lounge infantil no primeiro andar voltados para esse espaço, ele naturalmente se torna o núcleo da casa. Dali, contempla-se o baori nas profundezas da terra de um lado, e o céu através do vazio, do outro.
Inspirada na tipologia, hoje extinta, dos antigos poços-escada indianos – longas escadarias que davam acesso a um nível de água sempre variável –, a escada se inicia na base do poço, serpenteia ao longo de seu interior e envolve o vazio ensolarado, conectando todos os espaços à medida que se sobe – uma caminhada de 150 degraus até o mar.
