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Arquitetos: SAM architecture
- Área: 2516 m²
- Ano: 2024
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Fotografias:Salem Mostefaoui

Descrição enviada pela equipe de projeto. Integração ao Terreno - O complexo escolar aparece na paisagem com uma dualidade formal e material controlada: As salas de aula surgem na forma de pavilhões monolíticos que moldam ritmicamente a paisagem com uma fachada sequencial, tanto dinâmica quanto sistemática, oferecendo uma aparência diferente de cada ponto de vista, às vezes maciça, às vezes transparente. As fachadas, feitas de concreto pigmentado in-situ que transmite uma aparência quente e acolhedora, são então jateadas após a concretagem para expor os agregados, controlando assim a qualidade final. As salas de aula emergem do solo como rochas – cruas, nobres e atemporais. Os espaços compartilhados, incluindo o centro de atividades pós-escolares, o restaurante e o salão principal do complexo escolar, são revelados sob grandes telhados de alumínio que guiam o visitante em direção às entradas. Assim, a arquitetura proposta para os diferentes volumes estabelece uma clara distinção entre os espaços reservados, dedicados exclusivamente ao aprendizado, e os espaços compartilhados, de uso múltiplo, destinados a todos os moradores do bairro. Nesse sentido, respeita a hierarquia urbana conhecida, na qual as instalações públicas pontuam a paisagem urbana dentro de uma massa uniforme de edifícios para uso privado.




Materiais Visíveis - Concreto para paredes, alumínio para telhados e madeira para as esquadrias. Esses materiais são escolhidos por seu valor técnico e identidade: são duráveis, locais e tradicionais, com propriedades de envelhecimento bem controladas. O complexo escolar transmite uma serenidade reconfortante que será preservada por anos. Ao alcançar o desempenho técnico e ambiental requerido, integra os sistemas de forma harmoniosa (isolamento, equipamentos técnicos, etc.), antecipando sua eventual substituição ao longo do tempo sem alterar a imagem da edificação. O objetivo é propor uma arquitetura contemporânea, adaptada às necessidades atuais, mas projetada para dialogar com o ambiente natural e construído, complementando-o em um conjunto coerente e sustentável.




Composição Geral – O acesso ao complexo escolar é garantido por duas entradas, situadas nas extremidades norte e sul do futuro ginásio. Essas entradas conduzem a um pátio escolar em forma de "L", que envolve o ginásio e conecta os dois acessos, um voltado para a Rue du Soufflet e o outro para o pátio público a sudeste. O complexo escolar é composto por três volumes: Ao norte, um volume na forma de uma longère, estrutura linear típica de áreas rurais, abriga os espaços de recepção, bem como o centro de atividades pós-escolares. A noroeste, o restaurante escolar está localizado entre a área de entrega e o jardim. Ao sul do restaurante está a educação infantil, e mais ao sul, abrigada do pátio público, está situada a escola primária. Este layout oferece as seguintes vantagens: Todos os espaços compartilhados, como a biblioteca, sala multiuso, sala de atividades e restaurante, estão agrupados ao redor da praça pública, formando assim o coração do complexo. A educação infantil também está localizada próxima à praça central, o que diminui o deslocamento para as crianças menores ao longo do dia. Os alunos maiores, que requerem mais atividades e são mais barulhentos, estão localizados na extremidade sul do terreno. As entradas para as diferentes áreas são facilmente identificáveis sob grandes telhados salientes que protegem os acessos.

Espaços Públicos - O pátio da escola, criado entre o acesso na rue du Soufflet e o pátio público ao sul, é complementado com uma via de tráfego leve e uma rede viária contínua em torno do futuro ginásio. A inclinação do terreno, aproximadamente 3%, é propícia a uma sutil diferenciação de espaços públicos e volumes construídos, que estão dispostos em três níveis diferentes, escalonados em 1,5 cm. Essa inclinação ajuda a definir o limite entre o pátio da escola e os terraços privados das salas de aula da educação infantil. Pela manhã, o pátio é ativamente utilizado por alunos e pais, enquanto os terraços permanecem privados e voltados para o leste. Esses terraços privados, associados a cada sala de aula da educação infantil e primária, funcionam como um jardim frontal e um buffer para garantir privacidade entre os espaços públicos e privados. Eles permitem que os alunos se apropriem mais da escola organizando, por exemplo, oficinas ao ar livre, construções temporárias ou semipermanentes e diversos experimentos com os elementos naturais (sol, chuva, vento), ou simplesmente participando de aulas ao ar livre em dias ensolarados. As escadas que conectam os diferentes níveis dentro e fora da escola, frequentemente associadas a degraus, constituem espaços de encontro e descanso. Este projeto visa oferecer ao bairro uma verdadeira praça comunitária, localizada centralmente entre os diferentes núcleos programáticos, animada por suas ofertas culturais e esportivas, e suas qualidades urbanas e arquitetônicas.


Pedagogia e Espaços Abertos - O projeto para o grupo escolar Claudine Hermann em Arpajon reflete uma abordagem contemporânea do ensino, com ênfase em espaços abertos, flexíveis e estimulantes. As áreas de circulação tornam-se espaços ativos, propícios a interações e usos versáteis, enquanto arquibancadas e terraços privados estendem as atividades pedagógicas para além das salas de aula. Esses espaços incentivam a autonomia e a criatividade dos alunos, por meio do constante contato com o exterior e a natureza. Projetada como um "vila em escala infantil", a escola apresenta praças, áreas multiuso e transições harmoniosas entre interiores e exteriores, proporcionando um ambiente educacional enriquecedor e imersivo.
