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Arquitetos: IUA Ignacio Urquiza Arquitectos, Vieyra Arquitectos
- Área: 700 m²
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Fotografías:Rafael Gamo, Arturo Arrieta,

Descrição enviada pela equipe de projeto. O projeto está localizado em uma área residencial de baixa densidade na Cidade do México, onde as regras de zoneamento permitem apenas uma residência por lote de 1.000 m². No entanto, alguns terrenos foram subdivididos antes dessa norma entrar em vigor, embora sejam poucos e possuam características específicas. Neste caso, trabalhamos com um lote de 400 m², com 10 metros de frente e 40 metros de profundidade. O formato estreito e alongado do terreno, somado às normas rígidas, foi o primeiro fator a definir a forma da residência. Os recuos obrigatórios de 5 metros na frente e nos fundos, além do afastamento lateral de 3 metros, determinaram exatamente o perímetro da construção.


O estratégia do projeto foi criar o maior espaço interno possível, garantindo uma sensação de amplitude e conexão contínua com o exterior. Para isso, um jardim perimetral—concebido como uma floresta nublada—envolve três lados da estrutura de aço e vidro. No centro do projeto, junto às circulações verticais, um segundo jardim ocupa um vazio que amplia essa integração entre interior e exterior, aumenta a sensação de espaço e ajuda a regular a temperatura ambiente.

A rigidez do volume é suavizada por intervenções pontuais. A modulação estrutural se adapta às necessidades do uso e do programa, enquanto a vegetação interrompe constantemente o perímetro do espaço externo. No subsolo, os vazios criam conexões entre interior e exterior, enquanto a fachada reflexiva muda de aparência ao longo do dia e das variações climáticas. No interior, o ambiente é dinâmico, com pé-direito duplo, passarelas e terraços cobertos que se entrelaçam à estrutura, criando um fluxo natural entre os espaços internos e externos.


O programa se organiza por andares: no subsolo, ficam os serviços e espaços complementares, como academia, sala de jogos, escritório e adega. O térreo abriga as áreas sociais, integradas ao jardim perimetral. No segundo andar, estão três suítes, enquanto o terraço na cobertura, cercado por jardins e telhados de barro, expande o espaço social da casa e é totalmente dedicado à área de lazer infantil. Esses quatro níveis são conectados pelas circulações verticais e pelos vazios, que quebram a uniformidade do volume.


A cor da estrutura foi escolhida a partir do Pantone de Le Corbusier, harmonizando-se com os tons verdes da vegetação e da paisagem. Os vidros azul-esverdeados funcionam como espelhos externos, refletindo o céu, o entorno e as construções vizinhas. O objetivo é integrar a residência ao ambiente, enquanto a combinação das janelas com o estuque cinza-claro suaviza a luz interna e dá ao volume rígido e frio uma sensação inesperada de aconchego.

O mobiliário de Lorena Vieyra e as diferentes camadas e texturas das cortinas criam um jogo de transparências que complementa os interiores. Junto à vegetação existente e ao paisagismo de Thalia Davidoff, esses elementos reforçam a sensação de habitar uma floresta nublada, onde os limites entre interior, exterior e propriedade se dissolvem.
